A Companhia do Metrô demitiu sindicalistas por conta da greve desta segunda-feira, que parou as operações por uma hora e meia, até 6h. A empresa acusa os sindicalistas de atos de sabotagem para forçar a paralisação. Um dos dispensados é Paulo Roberto Pasin, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários. O Metrô acusa Pasin de ter desligado a energia na estação Sé, prejudicando toda a linha. Os outros são Pedro Augustinelli Filho, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários; Alex Fernandes, secretário de Esportes e Laze; Ronaldo Campos de Oliveira, secretário da área de Saúde; e Ciro Morais, membro do conselho fiscal da entidade.
O Sindicato dos Metroviários informou que o aviso de demissão foi feito pela gerência de Recursos Humanos do Metrô. Manuel Xavier Lemos Filho, diretor da entidade, diz que os trabalhadores estão sendo acusados de vandalismo pela empresa. Segundo a entidade, duas demissões foram imediatas e por justa causa (Ronaldo Campos e Ciro Morais). Os outros três sindicalistas foram afastados por falta grave, o que significa que ficarão sem receber salário até que seja concluído o processo de demissão.
Além do corte de energia, a Companhia do Metrô acusa os outros sindicalistas de entrarem nos túneis para forçar os operadores a parar e numa cabine de um trem, impedindo o condutor de trabalhar.
A Companhia do Metrô afirma que registrou boletim de ocorrência na Delegacia da Barra Funda e vai entrar com pedido de abertura de inquérito policial no Ministério Público Federal para apurar 'crime de desobediência'.
No início da manhã, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godoy, disse ter sido pego de surpresa pela acusação da Companhia do Metrô.
- Qualquer pessoa pode acionar o botão de emergência nas estações se vir alguém nos túneis. Ele pode ter visto alguém na linha. Qualquer um pode acionar este botão - afirmou Godoy.
Para o governo do estado, os sindicalistas teriam feito sabotagens porque a adesão à greve teria sido baixa.
- Estão exagerando na tinta. Está tendo algum tipo de informação equivocada. Querem incriminar um diretor do sindicato ou o Metrô pode estar fazendo avaliação precipitada. Não havia necessidade de qualquer ação como essas. Os metroviários pararam - diz Godoy.
O presidente do Sindicato dos Metroviários afirma que os metroviários fizeram acordo com a direção da empresa para encerrar a greve meia hora antes do previsto. A paralisação, que duraria até 6h30m, foi encerrada às 6h. Apenas na zona norte as estações abriram 6h15 por conta, segundo o sindicalista, de um posicionamento errado de trens.
Godoy afirmou que a estratégia da Companhia do Metrô foi não recolher os trens aos pátios de estacionamento, que ficam nas estações Jabaquara e Itaquera. Por isso, os trens foram posicionados em cada uma das estações, para permitir que o usuário, ao entrar nas plataformas, já pudessem embarcar tão logo os trens voltassem a operar. Com isso, evitou-se que a multidão entrasse e ainda tivesse de esperar pela chegada dos trens, que estariam lotados das estações iniciais. Evitou-se também o risco de tumultos.
- Voltamos antes porque já tínhamos alcançado nosso objetivo. Não tinha motivo para manter aquele monte de gente parada na porta das estações - diz Godoy.
Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos diz que o permitiu o início da operação mais cedo foi justamente a baixa adesão à greve.
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