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Ataques desferidos no oeste da região de Darfur mataram pelo menos 63 pessoas, metade das quais crianças, enquanto rebeldes acusaram Cartum na sexta-feira de remobilizar milícias árabes depois de sofrer duas derrotas militares na fronteira entre o Sudão e o Chade.

``O governo começou a mobilizar as milícias Janjaweed, especialmente no oeste de Darfur, porque quer limpar a área e avançar ao norte, pela fronteira, para nos derrotar'', disse um líder da Frente Nacional de Redenção (NRF, na sigla em inglês), Bahr Idriss Abu Garda.

Rebeldes da aliança NRF disseram que, dos 63 mortos em Jabel Moun, 33 eram crianças. A ONU disse que 27 destas tinham menos de 12 anos e pediram ao governo que proteja os civis.

A União Africana (UA) disse que os ataques ocorreram em 29 de outubro perto de Jabel Moun, onde estavam presentes forças rebeldes e governamentais.

Oito aldeias teriam sido atacadas, segundo um representante da ONU. Alguns moradores de Darfur fugiram para o Chade, e milhares de outros procuraram abrigo em Jabel Moun e Seleha.

Uma fonte do exército sudanês confirmou a morte de 63 pessoas, mas disse que o ataque foi uma retaliação contra um ataque rebelde contra árabes, um mês antes. ``Eles (os rebeldes) tinham matado dois policiais e duas mulheres, uma das quais estava grávida'', disse a fonte.

Soldados da UA disseram que o governo vem lançando bombardeios constantes na área em torno da cidade de Tine, na fronteira entre Sudão e Chade. O último bombardeio aconteceu em 23 de outubro.

Autoridades sudanesas negam ter mobilizado as milícias árabes, e o exército nega ter usado seus aviões Antonov, o que violaria uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Especialistas estimam que 200 mil pessoas já morreram e 2,5 milhões foram expulsas de suas casas nos 3 anos e meio de revolta em Darfur. Rebeldes em sua maioria não árabes pegaram em armas, acusando o governo central de descaso.

Para reprimir a revolta, Cartum recorreu a milícias compostas sobretudo de árabes e conhecidas localmente como Janjaweed. Essas milícias são acusadas de lançar uma campanha grande de mortes, estupros e saques, o que Washington descreve como genocídio. O governo nega o genocídio.

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