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"E agora?" Foi com essa expressão, em pleno Congresso da UNE, no mês de julho, que centenas de jovens petistas receberam mais uma saraivada de denúncias – colocando o partido ainda mais em maus lençóis. "Vi militantes chorando", lembra o estudante de Administração de Empresas Bruno Vanhoni, 23 anos, membro da Secretaria Nacional da Juventude do PT. "A crise afastou a moçada da política. Não tenho dúvida. Nós, no partido, ficamos meio perdidos, mas já entendemos que é preciso amadurecer com a crise. A gente acompanha cada notícia que chega."

Um dos efeitos contrários que surpreendeu para bem os militantes é que não diminuiu o número de filiações – com crescimento na casa dos 30%. No Paraná, entre 16 e 29 anos, são cerca de cinco mil filiados. Mas a luta continua. "Os jovens, em geral, têm pouca cultura política e tendem a aceitar qualquer denúncia que sai, sem duvidar. Estamos sendo questionados o tempo todo", desabafa.

Se no PT, a superexposição virou patrulha das brabas, em outros partidos o furacão político motivou a adesão juvenil. Pedro Lupion, 22 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, presidente estadual do PFL Jovem, calcula existirem comitês em 200 municípios do Paraná e é otimista nos números – seriam 16 mil participantes. Em Curitiba, em setembro, foram 30 novas filiações. A faixa etária dos participantes vai de 16 a 35 anos. O partido deve lançar oito candidatos a deputado estadual na casa dos 30.

"Uma coisa boa da crise foi a mudança de postura dos partidos da esquerda. Éramos rejeitados no movimento estudantil", conta Pedro. Membro de um dos mais tradicionais clãs políticos do estado. Filho do deputado federal Abelardo Lupion, ele entrou para o PFL aos 16 anos, sob sinal de alerta. "Minha família não queria." O conselho foi em vão.

Felipe Daher, 21, também embarcou na tradição. Filho do ex-vereador Gilberto Daher, ainda criança distribuiu santinhos e gostou da brincadeira. Há dois anos e meio, decidiu se filiar ao PSDB, onde milita com cerca de 50 outros jovens, entre eles Marcelo Richa, filho do prefeito de Curitiba, Beto Richa. Ano passado, Felipe candidatou-se a vereador e recebeu dois mil votos. Hoje, é primeiro suplente. "Sofri um bocado", lembra por conta da rejeição sofrida no meio universitário, onde firmou sua campanha. Ele era estudande de Engenharia Civil, na UFPR. Hoje, cursa Medicina na PUCPR. "Bati de sala em sala. Fiquei impressionado. Minha geração vê a política como uma coisa ruim. Age como se isso não fizesse parte de sua vida."

Serviço: Para se filiar. PFL (41) 3019-3525; PSDB (41) 3015-4545; PMDB (41) 3322-7111; PT (41) 2103-1313.

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