O salário mínimo regional proposto pelo governo estadual deve beneficiar diretamente cerca de 190 mil paranaenses, pouco menos de 6% do total de trabalhadores empregados do estado. A estimativa, feita pelo economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PR), representa o número de paranaenses que têm carteira assinada mas não possuem dissídio ou acordo coletivo de trabalho os chamados "inorganizados".
Dos 2,9 milhões de trabalhadores empregados no serviço público ou na iniciativa privada, aproximadamente 1,8 milhão estão no mercado formal e, destes, cerca de 5% (90 mil pessoas) são considerados "inorganizados", calcula Cordeiro.
Os outros 100 mil beneficiados pelo mínimo regional seriam os trabalhadores domésticos que possuem carteira assinada uma minoria dentro da categoria, composta por cerca de 390 mil pessoas.
"O mínimo regional é um avanço importante para reduzir as desigualdades regionais", comenta o economista do Dieese. Cordeiro reconhece que o número de profissionais diretamente atingidos é relativamente baixo, mas acredita que de agora em diante o mínimo regional será usado como valor de referência quando as categorias organizadas forem negociar seus pisos salariais. "Além disso, o mínimo regional deve ajudar a puxar para cima o salário das pessoas empregadas no mercado informal."
José Pastore, professor de Relações do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP), diz que, se o mínimo de R$ 437 fosse estendido a todo o Brasil, os segmentos que teriam maior dificuldade em arcar com ele seriam as microempresas, o comércio e os pequenos serviços. "Não sei dizer como seria o efeito disso no Paraná. Mas o certo é que aquelas empresas que não estão com as vendas lá em cima e que tiverem alguma dificuldade em obedecer ao mínimo regional vão ou despedir trabalhadores ou contratar na informalidade."
Servidores públicos
O projeto de lei que o governo estadual vai encaminhar à Assembléia não contempla os servidores públicos municipais, estaduais e federais que trabalham no Paraná categoria que soma 292 mil pessoas, segundo o Dieese.
José Rodrigues Lemos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Paraná (APP-Sindicato) diz que as zeladoras e merendeiras da rede estadual de ensino recebem hoje um salário de R$ 228, com um adicional de R$ 72 para chegar ao salário mínimo nacional (R$ 300) e mais R$ 100 para atingir o "salário mínimo social" estipulado pelo governo do estado. No total, R$ 400 menos, portando, que os R$ 437 do mínimo regional.
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