O Ministério da Justiça negou pedido da Câmara dos Deputados para garantir proteção policial para a ex-gerente de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, que tem sustentando ter feito alertas à atual presidente da empresa, Graça Foster, e outros diretores sobre irregularidades na estatal. Em ofício assinado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, o Ministério da Justiça informou à Câmara que cabe à ex-gerente requisitar proteção para não configurar abuso de autoridade ou constrangimento ilegal. "A solicitação de providências para assegurar a proteção de Venina Velosa da Fonseca necessariamente deverá ser apresentada pela mesma, uma vez que a proteção efetuada sem o seu consentimento poderá caracterizar abuso de autoridade ou constrangimento ilegal", disse Daiello no despacho.

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A solicitação foi solicitada pelo DEM ao comando da Câmara logo após as primeiras informações de que Venina teria feito alertas sobre ilegalidades cometidas na Petrobras. Em uma entrevista de 20 minutos ao "Fantástico", da Rede Globo, neste domingo (21), a ex-gerente disse que alertou pessoalmente a presidente da empresa sobre irregularidades de que teve conhecimento e afirmou ter medo.

Ela contou já ter sido ameaçada. "Eu também tenho muito medo, sim. Eu não posso falar que eu não tenho porque no momento que você denuncia, em vez de você ver respostas para denúncias, você vê simplesmente a empresa tentando o tempo todo falar o seguinte: você não é competente, você fez um monte de coisa errada", disse ela. Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, "o conteúdo e a abrangência da denúncia reforçam que ela corre risco de morte". Venina disse que fez o aviso quando Graça, alçada à presidência em 2012, era diretora de Gás e Energia, cargo que ocupou desde 2007. Ela não exibiu prova do aviso.

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Na terça (16), a Petrobras negou ter sido omissa e disse que os relatos foram genéricos e que, só neste ano, Fonseca citou irregularidades. Em outras ocasiões, Graça negou que tenha recebido denúncias de desvios e associou as acusações ao fato de a ex-gerente ter sido responsabilizada por irregularidades. Venina foi subordinada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e hoje delator da Operação Lava Jato. Ela prestou depoimento ao Ministério Público Federal na sexta (19). Na ocasião, segundo seu advogado, exibiu documentos que confirmam que presidente e diretores da estatal sabiam de irregularidades.