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O Ministério da Saúde e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência) lançaram nesta terça-feira, em Brasília, uma campanha de âmbito mundial para prevenir a transmissão vertical do HIV, ou seja, da mãe para o bebê. O Brasil espera reduzir esse tipo de infecção em 1% e eliminar a sífilis congênita nos próximos três anos. Atualmente, a taxa de transmissão vertical do HIV no país é de 3,7%, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A sífilis congênita tem taxa de incidência de 1,5% a cada 100 mil nascidos vivos no país.

Para alcançar a meta, será ampliado o acesso das gestantes e adolescentes ao diagnóstico e ao tratamento das doenças. A prioridade será o Nordeste. No semi-árido, serão oferecidos testes rápidos de HIV e sífilis para 25 mil gestantes de seis cidades. O projeto também estará presente na periferia de uma capital nordestina que ainda não foi definida.

A parceria entre o governo brasileiro e o Unicef já atende a outros sete países: Paraguai, Bolívia, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Nicarágua. Em 2006, esses países devem continuar recebendo anti-retrovirais, kits para testes do HIV e apoio para a capacitação de profissionais de saúde. A cooperação deve custar US$ 3 milhões aos cofres públicos em 2006. No último ano, foram gastos mais de US$ 500 mil em anti-retrovirais na cooperação.

A campanha, de caráter mundial, também deverá incluir jovens em programas de prevenção e saúde. No Brasil, mais de sete milhões de alunos de 21 mil escolas de ensino médio participarão do projeto no ano que vem. Após responderem a um questionário, os jovens decidirão se precisam ser submetidos ao teste. A primeira fase do programa começa nesta semana em escolas públicas do Pará, Ceará, Pernambuco e Distrito Federal. Segundo estimativa do Unicef, 17,2 mil crianças vivem com o HIV no país.

- Há uma negligência crônica no mundo inteiro com relação ao acesso de medicamentos a crianças e adolescentes. Vamos cumprir o compromisso brasileiro de garantir acesso universal a prevenção e tratamento - disse o coordenador do programa nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer.

No ano passado, 75% das gestantes fizeram o teste do HIV no Brasil e 63% conheceram o resultado antes do parto. A idéia da campanha é assegurar o acesso ao teste a todas as gestantes e tratamento para todas as mulheres grávidas infectadas. Se o HIV for detectado e tratado com medicamentos anti-retrovirais a tempo em grávidas, a contaminação o bebê pode ser evitada em mais de 99% por casos.

- Se nós diagnosticarmos e tratarmos no tempo correto, quase podemos eliminar a transmissão vertical do HIV - explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

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