Mônica Santoro, ex-mulher do jogador Romário e mãe de dois de seus filhos, foi denunciada nesta quarta-feira pelo Ministério Público por abandono moral de menor, crime previsto no Código Penal, que prevê pena de um a dois anos de prisão. Mônica também foi autuada pela juíza Renata Rangel, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata de "descumprir dolosa ou culposamente os deveres inerentes ao poder familiar". Se condenada, ela poderá pagar multa de até 40 salários-mínimos.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou também o advogado Marcelo de Carvalho Santoro, irmão de Mônica, por corrupção de menores, entre outros crimes. O ex-cunhado do atleta é apontado como responsável por um contato telefônico entre o filho de 11 anos do casal Romário e Mônica com o suposto chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, Erismar Rodrigues Moreira, conhecido como Bem-Te-Vi.
O promotor Márcio Mothé, cooordenador de Justiça Terapêutica do Ministério Público, informou que está marcada para a próxima sexta-feira a audiência na 1ª Vara da Infância e da Juventude, na Cidade Nova, em que a juíza Renata Rangel decidirá que medida cautelar será adotada para preservar a integridade do filho do jogador Rómario e da apresentadora Mônica Santoro. A medida cautelar pode ser desde uma advertência até a perda da guarda do filho.
- Pela doutrina da proteção integral, ante o possível risco de retorno da criança à boca-de-fumo, o Juizado da Infância pode adotar medida cautelar dando a guarda da criança temporariamente a outro familiar, até uma decisão definitiva da Vara de Família competente - explicou Mothé.
A conversa entre a criança e o acusado de tráfico foi descoberta por meio de uma interceptação telefônica, autorizada pela Justiça, feita pela Polícia Interestadual do Rio de Janeiro (Polinter). Os policiais investigavam a atuação de Bem-Te-Vi na Rocinha e acabaram descobrindo diálogos do traficante com pessoas públicas. As gravações flagraram, por exemplo, ligações entre o bandido e o goleiro da seleção brasileira Júlio César e o jogador de futebol de areia Jorginho.
No caso do filho de Romário, o Ministério Público requisitou as fitas com as conversas travadas entre o garoto e Bem-Te-Vi. Segundo a autora da denúncia, a promotora Ana Lúcia Melo, o advogado Marcelo Santoro pode responder por corrupção de menores (artigo 1º da Lei 2252), apologia ao crime ou ao criminoso e permissão de que menor de 18 anos conviva com pessoa viciosa, ambos previstos no Código Penal. Já Mônica Santoro foi enquadrada no crime previsto no artigo 245 do Código Penal - entrega de filho menor a pessoa inidônea.
- As gravações revelam uma intimidade entre o traficante e a criança. Esta convivência tem, certamente, um dano à formação do caráter do menor, que é impelido a admirar e respeitar um criminoso - afirmou a promotora em entrevista coletiva.
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