O Ministério Público Federal (MPF) em Uberaba denunciou o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, o ex-prefeito do município de Delta, Jorge Manoel da Silva e os servidores Angélica Cristina Querino e Selso Fonseca da Silva, que integravam a comissão municipal de licitação, por crimes decorrentes do esquema conhecido como Sanguessuga. De acordo com a denúncia, eles teriam fraudado os procedimentos licitatórios para compra de ambulâncias e de aparelhos médico-hospitalares necessários para equipá-las.
Segundo o MPF, os denunciados agiam do mesmo modo de todas as outras cidades onde a máfia atuava: a prefeitura recebia os recursos oriundos de emenda parlamentar - neste caso, patrocinadas pelo ex-deputado federal Cabo Júlio - e direcionava as licitações para que uma das empresas do grupo Planan fosse a vencedora.
Os servidores denunciados, informou o MPF, não explicaram o motivo dos convites terem sido dirigidos a empresas localizadas em outros Estados - Mato Grosso, Paraná e Rio de Janeiro. As licitações ignoraram por completo as revendedoras de veículos existentes nos municípios vizinhos de Uberlândia e Uberaba.
A denúncia aponta ainda que as ambulâncias foram compradas com sobrepreço, que variou de R$ 2,5 mil a R$ 26,8 mil. No mercado, um dos veículos custava R$ 49,5 mil. Porém, foi vendido pela Planan por R$ 76,3 mil. Além disso, nenhum dos equipamentos que deveriam compor as ambulâncias foram encontrados pela Polícia Federal (PF), embora eles tenham sido licitados e pagos pelo ex-prefeito. Se condenados, os denunciados podem pegar de 2 a 4 anos de prisão para o crime fraude em licitações, de 3 a 6 para superfaturamento em licitação e o mesmo tempo para adulteração da qualidade do bem.
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