O Ministério Público de Minas Gerais pediu nesta segunda-feira (3) à Justiça a perda das funções públicas e a suspensão dos direitos políticos do prefeito reeleito de Uberaba, Anderson Adauto (PMDB), ex-ministro dos Transportes no governo Lula. Ele é o primeiro administrador implicado no escândalo da máfia dos parasitas - suposto esquema de fraude em licitações para a compra de materiais hospitalares e de medicamentos desarticulado na semana passada pela Polícia Civil de São Paulo.
O pedido é resultado de um inquérito civil aberto no ano passado pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Uberaba. Além do prefeito, o Ministério Público mineiro solicitou também o afastamento do atual secretário de Governo, João Franco Filho, e da funcionária pública Vera Lúcia Silva Abdalla, vinculadas à Secretaria de Saúde do município. Franco Filho era o secretário da Saúde na época da assinatura do contrato.
O promotor aponta irregularidades em um contrato de R$ 16 milhões para a gestão da saúde da cidade, dos quais a empresa Home Care Medical recebeu R$ 5,7 milhões - o contrato teve o seu cumprimento suspenso pela Justiça, impedindo que a empresa recebesse os outros R$ 10 milhões. A Home Care é apontada pela Unidade de Inteligência do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) da capital paulista como centro da célula da organização criminosa que cuidava dos contratos com as prefeituras.
Na semana passada, a Operação Parasitas levou à prisão cinco acusados de comporem o chamado núcleo empresarial da suposta organização, entre eles os empresários Renato Pereira Júnior e Marcos Agostinho Paioli Cardoso, donos da Home Care. A "Agência Estado" procurou hoje o advogado César Guimarães, que defende a Home Care e seus sócios, mas não conseguiu encontrá-lo Na semana passada, Guimarães disse que a empresa é idônea, que nunca havia sido condenada e que teve seus contratos aprovados pelo Tribunal de Contas.
Outro lado
Adauto foi reeleito nas últimas eleições. Ele foi ministro dos Transportes de 2002 a 2004, quando deixou o governo Lula. Em 2006, foi um dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, no esquema do mensalão. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Uberaba informou que "a rescisão contratual com a Home Care não se deu em virtude de nenhuma irregularidade, mas por divergência de entendimento". O Executivo diz ainda ter acatado todas as determinações da Justiça, "tendo promovido a assunção dos serviços em setembro de 2007".
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