Prisão de policiais e empresários no Paraná: cerco à pirataria| Foto: Delair Garcia/Tribuna do Norte

Os números

Veja alguns números da megaoperação, que ocorreu no Paraná, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.

91 pessoas foram presas, 23 no Paraná.

92 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça, 311 de busca e apreensão, 65 ordens de bloqueios de bens.

R$ 1,1 bilhão é a estimativa de recursos públicos federais, estaduais e municipais desviados.

• Crimes investigados: fraudes em licitações, pagamento de propinas, superfaturamento de produtos e serviços, utilização de empresas fantasmas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e enriquecimento ilícito

• Suspeitos: agentes públicos, empresários, delegado, policiais, ex-vereador e ex-prefeito.

• Aparato: O Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, reuniu 150 promotores e 1.300 policiais federais, rodoviários, civis, militares, servidores de Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da União, Receitas Federal e Estaduais.

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Uma megaoperação nacional contra a corrupção conduzida pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas desarticulou ontem diversas quadrilhas que podem ter desviado juntas mais de R$ 1 bilhão em recursos públicos federais, estaduais e municipais. A ação policial, que foi sincronizada e ocorreu em 12 estados, foi um recado dos ministérios públicos em diversos estados contra a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que tramita no Congresso e restringe os poderes de investigação dos promotores – deixando a função somente a cargo da polícia.

No Paraná, a operação Jolly Roger (nome da bandeira dos piratas) ocorreu em Apucarana, Londrina e Cambé e resultou na prisão de 23 pessoas – um integrante da quadrilha está foragido. Foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão, sendo dois na cidade de São Paulo. A organização criminosa desmantelada pelo MP envolvia três policiais civis e uma rede de pelo menos dez empresários com atuação no ramo de confecção e venda de bonés e roupas falsificadas. Entre os detidos ontem estão os investigadores da 17.ª Subdivisão Policial de Apucarana Edson Antunes e Sebastião Vanderlei e o delegado-chefe, Valdir Abraão da Silva.

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Depoimentos colhidos ontem pelos promotores apontam para o envolvimento direto do delegado. Um dos empresários presos confirmou que pagou propina diretamente para o delegado e que havia um sistema instalado de pagamento e recolhimento de propina. Em troca de dinheiro – cerca de R$ 3 mil por mês – os policiais faziam vista grossa e permitiam que os empresários confeccionassem e comercializassem produtos pirateados.

As roupas e os bonés eram feitos em Apucarana e vendidos em dois grandes centros de comércio de rua de São Paulo: a 25 de março e a região do Brás.

Fisco

Os três policiais são investigados por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção. Já os empresários são suspeitos dos crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Os policiais apreenderam na casa e nas empresas diversos veículos, cerca de R$ 2 milhões em cheques, pouco mais de R$ 50 mil em dinheiro além de muita roupa e boné. O desvio de recursos públicos feito por esta quadrilha que atuava no Paraná e em São Paulo ainda não foi calculado.