A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, anunciou nesta quarta (18) a criação de um "gabinete de crise" para combater o desmatamento na Amazônia, em especial em Mato Grosso.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) divulgados pelo ministério apontam uma disparada do desmatamento em março e abril em Mato Grosso. O estado registrou no período 80% do total da devastação detectada na Amazônia Legal.
Segundo a ministra, o gabinete é formado por representantes governo federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e secretários dos estados com índice de desmatamento elevado.
""A meta é sufocar o desmatamento, e nós vamos reduzir o desmatamento até julho. Temos de cumprir o plano do governo. O esforço do governo federal é reduzir o desmatamento. Só no Mato Grosso foram apreendidos 40 tratores de grande porte. O Mato Grosso acendeu a luz amarela que é a do desmatamento acima de mil hectares"", disse a ministra.
De acordo com a ministra, além da criação do gabinete de crise para estudar medidas para a redução, 500 profissionais do Ibama já estão trabalhando no Mato Grosso para tentar reduzir os índices. A ministra afirmou que o corte do orçamento anunciado pelo governo federal não afetou os trabalhos de fiscalização ambiental.
"A operação já foi disparada e reforçada. Quem apostar no desmatamento para colocar boi vai ter o boi destinado para o Fome Zero. Quem desmatar para plantar vai ter sua produção apreendida e destinada para o Fome Zero"", afirmou a ministra.
Segundo a ministra, uma das preocupações do governo federal é o crescimento do desmatamento em áreas consideradas de preservação ambiental. A ministra disse que ainda não há elementos para estabelecer relação entre o aumento de desmatamento e as discussões no Congresso sobre o texto do novo Código Florestal.
""É algo inusitado e eu não tem explicação ainda formal. O governo do estado do Mato Grosso está estudando propriedade por propriedade para saber as causas da devastação"", disse.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mecadante, afirmou que haverá um investimento de R$ 1 bilhão na compra de novos satélites que fazem o monitoramento das áreas de desmatamento. Os satélites, segundo ele, serão adquiridos nos próximos três anos.
De acordo com o ministro, os novos satélites vão apresentar uma nitidez de imagem em 25%. "Se antes a gente via o trator desmatando, vamos passar a ver o machado", disse.
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