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Operação Miqueias

Ministra demite assessor denunciado como lobista pela PF

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Ideli Salvatti, demitiu nesta sexta-feira (20) o assessor especial da Subchefia de Assuntos Federativos Idaílson José Vilas Boas Macedo. A decisão foi tomada após a revelação de que, segundo o inquérito da Operação Miqueias, da Polícia Federal (PF), o assessor atuava como lobista da quadrilha acusada de pagar propina a prefeitos para direcionar investimentos de fundos de pensão municipais.

Em nota, a SRI anunciou que Idaílson "está exonerado de suas funções a partir da data de hoje (sexta)". A ministra determinou também a abertura de sindicância para apurar as acusações contra ele.

A exoneração ocorre horas depois de o jornal O Estado de S.Paulo divulgar reportagem em que diz que Macedo negociou com suspeitos de envolvimento com a organização criminosa investigada, intermediando conversas entre prefeitos e aliciadores do esquema. Segundo o jornal, a PF pediu a prisão do ex-assessor, o bloqueio de suas contas e que fossem feitas buscas na sua residência. Ainda de acordo com a reportagem, a Justiça negou o pedido de prisão de Macedo, que é acusado de tráfico de influência e formação de quadrilha.

Deflagrada nesta quinta (19), a Operação Miqueias prendeu 19 pessoas no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em Goiás, além de cumprir 58 mandados de busca e apreensão em oito estados e no DF. Segundo a PF, a quadrilha lavou cerca de R$ 300 milhões, sendo R$ 50 milhões de recursos de fundos de investimentos do Regime Próprio de Previdência Social administrados por prefeituras.

As prefeituras de Manaus, Ponta Porã e Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa, Caldas Novas, Cristalina, Águas Lindas, Itaberaí, Pires do Rio e Montividiu (GO), de Jaru (RO), Barreirinhas, Bom Jesus da Selva e Santa Luzia (MA) estariam envolvidas na quadrilha.

De acordo com O Estado de S.Paulo, Idaílson Vilas Boas atuou com as prefeituras de Itaberaí e Pires do Rio (GO). O jornal revela ainda que um encontro entre Idaíson e o prefeito de Pires do Rio é agendado em ligações telefônicas interceptadas pela PF.

PT

Idaílson é filiado ao PT de Goiás e foi nomeado assessor da SRI em março do ano passado. Segundo a PF, intermediava negociações entre prefeitos e um "pastinha", como são chamados os aliciadores do esquema. Negociações teriam ocorrido dentro do Palácio do Planalto.

Procurado, Idaílson não foi localizado. A reportagem deixou recados na caixa postal de seu celular e no seu local de trabalho, mas recebeu resposta.

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