A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, declarou nesta segunda-feira (7) ser favorável a um veto presidencial ao novo Código Florestal e demonstrou preocupação com a insegurança jurídica que o texto pode trazer.
"A posição da ministra é pelo veto. Não tenho nenhum problema em dizer isso", afirmou Izabella durante debate no Senado sobre a Carta da Terra, segundo a assessoria de imprensa da ministra. A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos voltados à construção de uma sociedade global sustentável.
"Não tenho nenhum problema em pedir o veto ao Código Florestal", disse a ministra, acrescentando que é necessário produzir regras claras, e não uma legislação "puxadinho".
"Tenho problema é de lidar com a realidade depois disso (do veto), de garantir condições para quem produz alimentos e protege o meio ambiente, com inclusão social", afirmou.
A Câmara dos Deputados aprovou o novo Código Florestal, no fim de abril, com algumas lacunas na parte do texto que trata da recuperação de vegetação nas margens de rios. A aprovação do projeto, com o apoio da bancada ruralista, desagradou o Planalto, que defendia a manutenção do texto produzido por senadores em dezembro do ano passado, por considerá-lo mais equilibrado.
Segundo uma fonte do governo próxima às negociações, a falta de exigência de reflorestamento ao longo de rios com mais de 10 metros de largura, que está no texto aprovado pela Câmara, configura na prática uma anistia a quem desmatou nessas áreas.
O texto do Código Florestal ainda está na Câmara dos Deputados, aguardando assinaturas de integrantes da Secretaria da Mesa para ser encaminhado ao Palácio do Planalto. A partir do momento em que receber oficialmente a redação final do código, a presidente Dilma Rousseff terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar a proposta.
Segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters, a presidente deve mesmo vetar o projeto, mas não forneceram detalhes sobre a extensão desse veto.
Se Dilma retirar os dispositivos que trata da recuperação em margens de rios, torna-se necessária a edição de uma medida provisória para preencher essa brecha, avaliou uma das fontes.
PF prende Braga Netto por ordem do STF
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
“Plano B” de Eduardo expõe ruídos da direita em manter Bolsonaro como único candidato para 2026