A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), recusou a relatoria de dois inquéritos pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar o possível envolvimento dos governadores de Goiás, o tucano Marconi Perillo, e do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, com a organização do contraventor Carlinhos Cachoeira. O bicheiro foi preso pela Polícia Federal em fevereiro deste ano durante a Operação Monte Carlo.

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A ministra, que é natural de Goiás, alegou razões de foro íntimo, as mesmas que já tinha usado para declinar em abril a relatoria de um habeas corpus que pedia soltura de Cachoeira. Com a decisão de Laurita Vaz, os pedidos de abertura de inquérito vão ser redistribuídos para outro ministro do STJ.

A justificativa de Laurita em abril afirmava que, apesar de ela ser oriunda de Goiás, não conhecia Cachoeira. "Considerando que, embora não conheça o ora Paciente, tampouco os fatos pelos quais ele é acusado, mas tendo em conta a denunciada abrangência de sua suposta atuação no Estado, com o pretenso envolvimento de várias autoridades públicas, com as quais, algumas delas, tive algum tipo de contato social ou profissional, ao meu sentir, é prudente declarar minha suspeição, a fim de preservar a incolumidade do processo penal", declarou a ministra em abril.

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Na quarta-feira (13), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a abertura de três inquéritos no STJ para investigar Perillo e Agnelo. Dois dos pedidos são para apurar as possíveis relações dos governadores com a organização do contraventor Carlinhos Cachoeira. Os novos inquéritos são fruto do desmembramento de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Demóstenes Torres. Como parlamentar, Demóstenes tem foro no STF. Ele é apontado como o principal operador político da suposta organização criminosa de Cachoeira. O foro indicado para processar e julgar governadores é o STJ.