Campo Grande, MS (Folhapress) – A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) enviou ontem à Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul parecer contrário à instalação de usinas de álcool no entorno do Pantanal. O projeto em discussão na Assembléia foi enviado para votação pelo governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.

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O documento chegou aos deputados estaduais um dia após Zeca do PT afirmar que a ministra "fala besteira'' sobre o assunto e tem apenas uma "visão amazônica do meio ambiente".

Durante protesto contra a instalação de usinas, o ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros, 65 anos, o Franselmo, ateou fogo ao corpo e morreu no domingo em Campo Grande.

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Marina esteve na cidade na terça-feira em solidariedade, como ela disse, à família de Franselmo e atacou o projeto. Zeca, que descansava justamente no Pantanal, não a recebeu. Na quarta-feira, o governador disse que antes de a ministra "falar besteira, deveria conhecer o Pantanal".

No documento enviado à Assembléia ontem, Marina informa que uma resolução de 1985 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) suspendeu a concessão de licenças para usinas de álcool na bacia hidrográfica onde fica a planície pantaneira.

Ainda no parecer, a ministra aponta que o projeto provocará: 1) riscos de contaminação dos rios que correm do planalto para o Pantanal, 2) comprometimento da biodiversidade devido à monocultura da cana-de-açúcar e 3) erosão, degradação do solo e diminuição de microorganismos na terra.

Segundo Zeca do PT, o projeto prevê a construção de usinas na parte de planalto da bacia do Alto Paraguai e com segurança para evitar acidentes como derramamento de vinhoto, subproduto do álcool.

O governador afirma que enviou a proposta à Assembléia a pedido de prefeitos.

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