A presidente Dilma Rousseff recebeu em audiência, no Palácio do Planalto, a ministra dos Negócios Estrangeiros da França, Michèle Alliot-Marie, que lhe entregou uma carta enviada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, reforçando a parceria estratégica e cooperação ampla entre os dois países, inclusive na área de Defesa. A França espera a decisão do Brasil em relação à compra de 36 caças e estava certa de que seria a vencedora do processo, por causa do acordo assinado entre os dois países em setembro de 2009. Dilma disse a Michèle Alliot-Marie que o assunto está sendo examinado e que o processo não estaria encerrado, mas apenas aguardando uma melhor oportunidade de ser efetivado, por causa das dificuldades enfrentadas pelo governo, neste início de mandato, que exigem um aumento do rigor fiscal.
Na carta, Sarkozy cita ainda o apoio que a França dá ao Brasil para que ele consiga um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Michèle Alliot-Marie não estava na agenda oficial de Dilma divulgada na manhã de desta terça-feira. Mas ela foi recebida por Dilma às 16 horas, exatamente no horário em que estava previsto um encontro com o presidente da Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos, Max Baucus. Baucus acabou sendo recebido apenas pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Os Estados Unidos também estão na fase final de concorrência do processo de venda dos caças, oferecendo o F-18, assim como os suecos, com o Gripen.
De acordo com a embaixada norte-americana, em Brasília, a agenda de Baucus previa encontros para discutir questões econômicas e comerciais e que estava acompanhado por líderes empresariais e do setor agrícola do estado de Montana, que vieram buscar novas parcerias de negócios, assim como oportunidades relacionadas à exportação. Não havia previsão que ele fosse discutir a questão dos caças no Brasil.
Antes de se encontrar com a presidente Dilma, a ministra francesa foi recebida pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. De acordo com Jobim, as restrições atuais, decorrentes dos cortes no orçamento da União, não deixam espaço para uma decisão de curto prazo sobre o projeto FX-2. Jobim explicou ainda que Dilma decidirá sobre o processo de aquisição dos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) "no momento que julgar oportuno".