O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, defendeu nesta segunda-feira (11) as ações de combate à corrupção realizadas durante as gestões do PT em todo o país e refutou a tese de que os casos tenham aumentado desde que o partido assumiu o governo federal, em 2003.

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Segundo o ministro, os instrumentos de fiscalização e controle eram "tolhidos por falta de autonomia e de recursos" e não faziam "investigações adequadas".

Questionado sobre as investigações sobre o esquema de fraude no ISS (Imposto sobre Serviços) na gestão do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), Carvalho afirmou que o PT não tem medo de "abrir as caixas de pandora".

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Em 2009, uma operação da Polícia Federal denominada Caixa de Pandora, desmantelou um esquema de desvio de dinheiro público no Distrito Federal envolvendo empresas de informática e prestação de serviço e o primeiro escalão do governo local. Na época, o governador era José Roberto Arruda do DEM, ex-partido de Kassab. Arruda chegou a ser preso quando o esquema foi desvendado e renunciou ao mandato para não ser cassado.

"Esta impressão que se tem que os governos do PT são mais corrompidos decorre exatamente de uma virtude dos governos do PT, que tiveram a coragem como o [ex-presidente] Lula teve e o Fernando [Haddad] está tendo lá em São Paulo de abrir as caixas de pandora", disse o ministro em entrevista após evento em Brasília.

Para Carvalho, a corrupção é "endêmica" e o caso de São Paulo ilustra que a prática está presente em muitos escalões da máquina pública.

De acordo com Carvalho, Lula teria dito no início do seu governo que não pactuaria com casos de corrupção. "O que o presidente Lula disse foi o seguinte: não há chance. Quem não quiser ser investigado, que não erre. Quem errar será investigado doa a quem doer. Tanto que nós cortamos na carne o tempo todo. Coisa que no passado não acontecia", afirmou.

O ministro criticou ainda as atuações da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República nos governos anteriores.

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Eleições

Apesar de ter defendido a atuação do partido no combate à corrupção, Carvalho criticou o PT ao afirmar que falta diálogo para criar uma proposta atraente para o eleitor no ano que vem. Para o ministro, o partido precisa apresentar projetos concretos para o futuro.

"Nós não podemos ir para as eleições apresentando apenas o que realizamos, olhando para o retrovisor. Nós temos de ter a ousadia, a capacidade de dizer o seguinte: "realizamos muito pelo País, mas há muito ainda que se realizar", disse.

O ministro disse acreditar na militância petista e defendeu que sejam realizados mutirões em todo o país para debater e apresentar um projeto comum "que seja capaz de trabalhar com os sonhos dos brasileiros".

Segundo ele, o deputado estadual Rui Falcão (SP), atual presidente do PT e favorito para a reeleição do comando interno do partido, terá as condições de fazer tais mudanças. "O Rui tem uma longa experiência, é uma pessoa muito sensata, é uma liderança muito reconhecida", afirmou.

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