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Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Publius Virgílius/Folhapress
Luís Roberto Barroso, ministro do STF| Foto: Publius Virgílius/Folhapress

O ministro Luís Roberto Barroso, novato no Supremo Tribunal Federal (STF), fez ontem uma dura crítica aos políticos e ao sistema eleitoral brasileiro. E "lamentou" a condenação de José Genoino, ex-presidente do PT, pela participação no mensalão. Após as críticas, Barroso – nomeado pela presidente Dilma Rousseff para o cargo – disse ainda que os políticos já não dão mais atenção às demandas populares como aconteceu durante a onda de protestos de junho. "Pior que tudo: o povo saiu da rua e já não se fala mais em mudanças", disse.

Barroso, que não participou da primeira fase do julgamento, "lamentou" ter de condenar Genoino, que no passado combateu a ditadura militar. "Pessoalmente, lamento condenar um homem que participou da resistência à ditadura, no tempo que isso exigia admiração. Lamento condenar alguém que participou da reconstrução democrática do país. Lamento, sobretudo, condenar um homem que, segundo todas as fontes confiáveis, leva uma vida modesta e que jamais lucrou financeiramente com a política", disse o ministro.

Barroso foi rebatido pelos ministros Joaquim Barbosa e Carmen Lúcia. "Ao julgar José Genoino, fiz ressalva que julgamos fatos, infelizes, não histórias, que são dignas", disse Cármen Lúcia. Joaquim Barbosa afirmou que é "irrelevante" o destino dado ao dinheiro recebido no mensalão.

Sistema político

Para Barroso, o sistema político brasileiro leva à criminalidade. O ministro afirmou que parlamentares transformaram o Congresso num "balcão de negócios" para bancar as campanhas. "O papel do processo civilizatório é reprimir o que há de ruim e potencializar o bem. O sistema político brasileiro faz o contrário: reprime o bem e potencializa o mal. Precisamos não de uma agenda política, mas de uma agenda patriótica para desfazer essa armadilha histórica que nos manterá atrasados."

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