• Carregando...

O ministro da Defesa, Waldir Pires, convocou para 15h desta quarta-feira (27), em seu gabinete, uma reunião com os representantes de todos os setores envolvidos na crise aérea. Juntos, eles vão traçar um plano de ação para evitar que o caos registrado nos principais aeroportos do país às vésperas do Natal volte a se repetir no réveillon.

Na terça-feira (26), técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciaram uma auditoria nas empresas aéreas para investigar se houve prática de overbooking (venda de passagens em número superior à lotação dos aviões) na semana passada. Eles visitaram as sedes da TAM e da Gol, ambas em São Paulo, e examinaram documentos e computadores. Nesta quarta, a vistoria vai acontecer em outras empresas.

"A experiência do fim de semana foi muito triste, foi algo gravíssimo. Vamos mobilizar todos os esforços para impedir que se repita", disse o ministro. Pires acrescentou que "a expectativa é de que não seja necessário que os aviões da Força Aérea Brasileira sejam mobilizados novamente para atender passageiros com dificuldades para embarcar". E completou: "É inconcebível que tenha ocorrido isso e espero que não se repita."

No encontro, o ministro pretende examinar com a Anac, a Aeronáutica, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), as companhias e representantes do setor de turismo o que provocou a crise e antecipar medidas para impedir um novo colapso. Um representante da Casa Civil também participará da reunião. "Vamos examinar tudo para tomarmos as medidas e impedir surpresas. É uma política de prevenção", disse Pires.

Auditoria

De acordo com o ministro, a auditoria que a Anac iniciou na terça-feira deve estar concluída até o fim da semana. O jornal ''O Estado de S. Paulo'' apurou que o relatório da agência não ficará restrito ao suposto overbooking praticado pela TAM às vésperas do Natal. Embora esse seja o foco principal, a inspeção trará um diagnóstico mais abrangente dos motivos que levaram ao colapso operacional da companhia, apontando panes nos sistemas da Infraero e problemas meteorológicos no aeroporto de Congonhas (SP). "É inegável que esta crise tem um forte componente empresarial. Mas, sozinho, ele não explica o episódio", avalia um analista do setor.

Na terça, duas equipes visitaram as sedes da TAM e da Gol. Cada uma delas é composta por até quatro técnicos, todos profissionais oriundos do extinto Departamento de Aviação Civil (DAC). Além de vasculharem os computadores e registros das centrais de reserva, confrontando o número de bilhetes vendidos e a capacidade das aeronaves, eles também estão entrevistando diretores das áreas diretamente envolvidas na crise. "Começamos pela TAM e Gol, pois elas respondem por 80% do mercado doméstico. Mas, amanhã (quarta), já haverá técnicos nas demais companhias", assegurou uma fonte da Anac.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que duvida da eficácia da auditoria. "Estou com medo de que ela não traga uma solução prática para evitar que os problemas se repitam no réveillon", disse Gabeira, integrante de uma comissão da Câmara que busca de soluções para a crise na aviação.

Paralelamente à auditoria, a Anac desenvolve um estudo para propor mudanças na malha aeroviária. Os sucessivos problemas do setor demonstraram, para os técnicos, que ela está muito enxuta, com aviões voando 14 horas por dia e fazendo até dez trajetos _o que inviabiliza ações emergenciais. "Levamos quatro dias para contornar o caos nos aeroportos e parte disso está relacionado à forma como a malha está organizada", disse uma fonte da agência.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]