Brasília - Em um momento de embate com seu partido, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou ontem que a candidatura de Marina Silva (PV) à Presidência como oposição à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, é um "equívoco histórico e vai funcionar como uma forma de isolamento.
"Seria positivo que a candidatura do PV fizesse criticas às insuficiências do atual governo na área da sustentabilidade, mas se constituir como candidatura de oposição, eu acho um equivoco histórico, vai gerar um isolamento, perda de densidade. Vai ser um retrocesso, disse, no intervalo da 2.ª Conferência Nacional de Cultura.
As divergências do ministro com o PV foram potencializadas na semana passada, após Ferreira ter solicitado uma licença de um ano. A saída foi anunciada após a cúpula do partido ter pedido que ele deixasse o Ministério da Cultura até o final do mês por considerá-lo engajado na candidatura da ministra da Casa Civil.
O ministro criticou ainda a postura do partido nos últimos anos. "O partido perdeu seus referenciais políticos, está com escoliose para a direita, disse.
O PV também foi criticado por simpatizantes pela recente aproximação da candidata com o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, interpretada como uma guinada neoliberal de Marina.
Expulsão
Diante do pedido de licença de Juca, integrantes do PV irão discutir a possibilidade de expulsar Ferreira. "É rugido de leão desdentado. Não há possibilidade. Eu suspendi a minha filiação, isso é um direito constitucional, disse o ministro.
Segundo Juca, seu partido não está sendo democrático. "Eles já definiram candidatura nos estados sem ter convenções, a Constituição Federal não permite isso.
Coordenador da campanha de Marina, o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ) lembrou as alianças de Dilma com PP e PMDB para chamar de ridículas as declarações de Juca.
"É de uma cara de pau. Quem está aliada à direita, ao banco, ao agrobusiness é a Dilma. Marina está correndo sozinha, com a cara e a coragem, reagiu Sirkis.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Deixe sua opinião