O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, divulgou uma nota neste sábado (6) negando envolvimento com Júlio Fróes, apontado por reportagem da revista Veja como um lobista que teria sala no prédio onde funciona a pasta e atuaria para liberar verbas e corromper servidores. Rossi pedirá que a Controladoria Geral da União (CGU) investigue os contratos apontados pela revista como suspeitos e anunciou que os funcionários citados serão ouvidos em procedimento disciplinar.
A reportagem da revista afirma que Fróes redigiu um documento usado como base para o Ministério contratar sem licitação por R$ 9,1 milhões a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A entidade tinha o lobista como representante e após conseguir o contrato ele teria dado pastas com dinheiro a funcionários que o tinham ajudado no processo. A revista diz ainda que Fróes pediu uma "gratificação" de 10% a uma gráfica para que esta conseguisse renovar um contrato com o ministério. O lobista negou as acusações e chegou a agredir o repórter da Veja, que registrou boletim de ocorrência em Brasília.
Na reportagem, o próprio lobista se descreve como amigo de Rossi. O ministro nega com veemência. "Nunca participei de reunião com este senhor. Não desfruta de minha amizade e nem de minha confiança", diz Rossi na nota.
O ministro destaca as medidas tomadas e garante que a pasta está de acordo com "boas práticas administrativas e de controle interno". Nega ainda que tenha cometido qualquer ilegalidade nos casos citados pela revista. "Não fui, não sou e não serei conivente com qualquer tipo de desvio".
Em manifestação anexa ao pronunciamento do ministro, a pasta dá detalhes sobre o contrato fechado com a Fundação São Paulo. A justificativa para a dispensa de licitação é que a entidade atua nas áreas de pesquisa, ensino e desenvolvimento institucional. O convênio é para a capacitação de 12 mil servidores. Segundo informa o ministério, até julho deste ano foram atendidos 6.560 funcionários da pasta e a Fundação já recebeu R$ 5,2 milhões. A nota afirma que este contrato já foi auditado pela Controladoria Geral da União.