Pouco mais de uma semana após vir à tona um documento interno produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência com críticas ao governo, o ministro Thomas Traumann deixou a pasta. O governo confirmou a saída em nota divulgada nesta quarta-feira (25). Questionado, o Planalto ainda não especificou quem comandará a pasta até que um novo nome seja escolhido. O secretário-executivo da secretaria é Roberto Messias.
Tucano diz que saída de Traumann não o exime de culpa sobre relatório
- brasília
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), disse que a saída de Thomas Traumann da Secretaria de Comunicação Social da Presidência não o exime da responsabilidade sobre a produção do documento em que dizia que o governo tem adotado uma comunicação “errática” desde a reeleição de Dilma Rousseff. O tucano avisou que manterá o pedido feito à Procuradoria da República do Distrito Federal de abertura de inquérito civil para investigar suposta prática de improbidade administrativa. Traumann é o segundo ministro do segundo mandato da petista a deixar o governo. Na semana passada, foi a vez de Cid Gomes sair do Ministério da Educação.
Segundo a nota, a presidente Dilma Rousseff (PT) “aceitou” a demissão de Traumann. “A presidente agradece a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”, diz o texto.
A saída dele já era esperada. O documento que veio a público, de responsabilidade de Traumann, critica o modo como o governo Dilma Rousseff tem gerido sua crise, citando a existência de um “caos político”.
A descoberta do documento, divulgado no dia 17 deste mês pelo jornal O Estado de S. Paulo, gerou críticas da oposição e um convite para que o então ministro explicasse à Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado detalhes do material. Traumann estava de férias desde quando o material veio à tona.
Documento
A análise da pasta aborda estratégias da campanha à reeleição da presidente Dilma e admite o uso de “robôs” para disseminar conteúdo favorável ao governo nas redes sociais.
O documento diz que os “eleitores de Dilma e Lula estão acomodados, brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela”. Em seguida, afirma que “dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas”.
Parte do trabalho de análise de conjuntura feito semanalmente pela Secretaria para a presidente da República, o documento é dividido em três tópicos: onde estamos, como chegamos até aqui e como virar o jogo?
Depois das críticas à comunicação do governo e à atuação do PT em defesa do governo, o documento anota em seu terceiro capítulo que “não será fácil virar o jogo”, mas aponta que “a entrevista presidencial deste dia 16 foi um excelente início”, avaliando que Dilma Rousseff falou “com firmeza sobre seu compromisso com a democracia”, explicou de “forma fácil a necessidade do ajuste fiscal” e assumiu “falhas como a da condução do Fies”.
Segundo o texto, a “presidente deu um rumo novo na comunicação do governo”, mas “não pode parar”.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Deixe sua opinião