O ministro da Defesa, Waldir Pires, que teve acesso a trechos da gravação do contato da torre de controle de Brasília (Cindacta-1) com o Legacy, negou que tenha ocorrido o diálogo entre o piloto do jato da empresa americana, Joe Lepore, e o Cindacta-1, no qual Lepore teria recebido instrução para manter a altitude da aeronave, que estava a 37 mil pés.
Pelo plano de vôo, o Legacy deveria reduzir sua altitude de 37 para 36 mil pés quando passasse por Brasília e, depois, quando atingisse o trecho virtual Teres, deveria subir a 38 mil pés. O Boeing da Gol voava a 37 mil pés na direção oposta ao jato.
- De acordo com o que vi no Cindacta, não há esse diálogo, de que era para manter a mesma altitude. Isso não existe disse Waldir Pires.
Segundo Pires, independentemente de ter ocorrido contato da torre com o Legacy, é obrigação do avião seguir o plano de vôo.
- Seu dever é seguir rigorosamente o plano de vôo. Deveria cumprir o plano, mesmo sem autorização - afirmou.
O ministro disse ainda que o radar registrou num ponto próximo a Brasília que a altitude do Legacy baixou de 37 mil pés para cerca de 36 mil. Waldir Pires afirmou que ainda é cedo para apontar culpados e que é preciso aguardar o resultado do exame das caixas-pretas dos dois aviões, que chegaria nesta quarta-feira do Canadá.
O ministro também disse que o Ministério da Defesa irá passar todas as informações não só para o delegado da Polícia Federal encarregado da investigação, Renato Sayão, como também para a Polícia Civil do Mato Grosso, que também apura o caso.
O ministro acredita que a perícia que está sendo feita no Canadá irá elucidar o caso. Perguntado se o Boeing não poderia ter sido avisado que outro avião vinha na direção contrária e na mesma altitude, o ministro esquivou-se e disse que não queria se precipitar. Mas disse acreditar que o Boeing não teria sido avisado.
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