O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, disse ontem que "há possibilidade de se encontrar outra fonte de recursos" para o reajuste de 7,7% dos aposentados já aprovado no Congresso e cujo parecer final será dado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, "há um dilema" e "a alternativa à sanção será uma nova medida provisória, propondo o reajuste de 6,14%".
Gabas informou que vai se reunir hoje, às 9 horas, com o presidente Lula, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Em seguida, será anunciada a decisão em relação ao reajuste. O ministro da Previdência disse que "existe uma discussão reservada dentro do governo com posições favoráveis e contrárias (à sanção ao reajuste de 7,7%) e, até amanhã, "o dilema do presidente é sancionar (o reajuste) ou editar uma nova medida provisória".
Segundo Gabas, que participou de evento cultural no Rio de Janeiro, estão sendo estudadas "todas as alternativas, para que o presidente não tome a decisão em cima de apenas uma alternativa". O veto ao fim do fator previdenciário, segundo o ministro, já está decidido. Ao comentar o reajuste ontem, em cerimônia de inauguração do Gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte II, em Queluzito (MG), o presidente declarou que não se deixará seduzir por "qualquer extravagância". Ele disse que não pretende "estragar" sua relação com os aposentados, mas salientou que tomará a decisão pensando no que "for melhor para o Brasil".
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