O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (6) que não vai seguir a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovada na terça-feira (6), que orientou os juizes de todo o país a não usarem o nome de batismo das operações policiais nos atos judiciais.
A posição de Mello contraria orientação defendida pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, que também preside o CNJ. Na terça, Mendes disse que o nome da operação pode influenciar na decisão dos magistrados. Para ele, pode induzir à parcialidade nas decisões de juízes. "É preciso encerrar esse capítulo de marketing policial às custas do Judiciário", afirmou Mendes.
Marco Aurélio ironizou a orientação do CNJ. "Se eu tivesse que ser contra [alguma coisa], seria em primeiro lugar contra dar a furacão nome de mulher", disse o ministro. Nesta tarde, durante julgamento do mérito do habeas corpus que garantiu liberdade ao banqueiro Daniel Dantas, ele citou em seu voto o nome de operações, como a Satiagraha.
Questionado se vai continuar usando o nome das operações policiais em seus processos, o ministro foi enfático. "Vou. E até fico admirado com a criatividade no campo das nomenclaturas", disse. "Se isso (o batismo das operações) merece ser coibido, e eu penso que não merece, quem deve atuar é o Executivo, o diretor-geral da Polícia Federal, o ministro da Justiça e o presidente da República", completou.
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