O ministro Joquim Barbosa, relator do inquérito que investiga o mensalão mineiro no Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta quinta-feira (5) a declaração do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) de que teria usado prova falsa em seu voto contra o tucano. Segundo Azeredo, um recibo que comprovaria que ele recebeu R$ 4,5 milhões do empresário Marcos Valério nunca existiu.

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"O que eu tinha a falar sobre isso eu já disse ontem [quarta]. Não há uma única palavra na defesa do acusado sobre esse recibo de R$ 4,5 milhões. Esse recibo consta da denúncia e a defesa silenciou-se completamente sobre ele", afirmou Barbosa no intervalo do julgamento, nesta tarde.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) acusa Azeredo de envolvimento com a suposta formação de caixa dois para sua campanha à reeleição para o governo de Minas Gerais, em 1998, ocasião em que acabou derrotado por Itamar Franco. Em plenário, os ministros terão de decidir entre aceitar ou não a denúncia.

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No começo do julgamento, iniciado na quarta-feira (4), o relator destacou que Azeredo teria recebido R$ 4,5 milhões, em plena campanha, para quitar "compromissos diversos". O fato é comprovado, segundo o ministro, por um recibo assinado pelo próprio tucano.

Nesta tarde, em entrevista coletiva, o senador classificou como "falsas" as provas apresentadas pelo magistrado. Azeredo afirmou que o documento já é objeto de processo dele contra um suposto lobista, que, segundo ele, receberia passagens de um deputado do PT mineiro para viajar a Brasília.

No entanto, o recibo no valor de R$ 4,5 milhões está citado na página 34 da denúncia oferecida pelo MPF. Barbosa já votou pela abertura de ação penal contra Azeredo pelo crime de peculato (quando o agente público se aproveita do cargo que ocupa para desviar dinheiro em proveito próprio ou alheio). Agora, ele analisa se aceitará a denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro. Depois do relator, dez ministros ainda votarão.

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