Augusto Nardes nega qualquer envolvimento com as denúncias de corrupção no Carf.| Foto: Stringer/Reuters

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator do processo das pedaladas fiscais do governo Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (29) estar tranquilo em relação à acusação de envolvimento em esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

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Após participar de palestra sobre governança pública na universidade Ibmec, no Rio, ele disse que a citação de seu nome faz parte das discussões em função da reprovação das contas do governo. Ele admitiu ter sido acionista de uma empresa que é citada nas investigações, mas afirmou que não tinha cargos e abandonou a empresa antes de ser tornar ministro do TCU. A empresa era chamada Planalto Soluções e Negócios.

“Eu acho que isso faz parte da discussão, da pressão. Mas estou tranquilo em relação a isso porque saí em 2005 da empresa que era acionista e não tinha cargo de direção...”, disse.

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Ao ser perguntado sobre a participação do sobrinho na empresa, respondeu: “ Sobrinho é sobrinho. Irmão é diferente de você, sobrinho é diferente de você. Admito que participei, mas não tive nenhum cargo e me afastei antes de ser ministro do Tribunal de Contas da União”.

Lava Jato

Augusto Nardes afirmou ainda que o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou sobre as irregularidades que hoje constam da operação Lava Jato, mas que o Congresso não tomou as medidas necessárias para suspender os negócios. Segundo ele, foram encontrados indícios de sobrepreço nas refinarias de Pasadena e de Abreu e Lima, da Petrobras.

“A operação Lava Jato nasceu de auditorias do TCU com Pasadena, que foi um prejuízo de R$ 890 milhões. Nós alertamos o governo há seis anos que havia um sobrepreço de R$ 6 bilhões (...). Infelizmente não houve as medidas necessárias. Derrubaram essa tese no Congresso, o presidente na época não colaborou nesse sentido. (...) Quem toma a decisão final é a comissão mista do orçamento. O TCU informa se há irregularidades no processo. e a consequência é que o congresso é que toma a decisão final. Nós comunicamos o congresso e infelizmente não foram tomadas medidas, o Congresso resolveu por pressão do governo na época liberar as verbas para a refinaria Abreu e Lima e aconteceu o que aconteceu. O TCU alertou, fez sua parte”, ressaltou.

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