Lula reafirma que Jobim tem carta branca para lidar com caos aéreo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer, na reunião do conselho político do governo, que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem carta branca para fazer as mudanças necessárias na pasta e em seus órgãos vinculados, além de adotar as medidas para resolver a crise aérea. O caos aéreo foi trazido à tona na reunião pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
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Ao apresentar a nova malha aérea do país, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou nesta quinta-feira(2) que o governo já tem um estudo para a criação de uma secretaria específica para cuidar do setor de aviação civil do país. A sugestão foi dada pelos participantes de um debate no BNDES, no Rio.
- Já temos o desenho para criar a secretaria da aviação, que funcionará dentro do governo - disse Jobim, que participou de uma palestra no Seminário de Segurança e Desenvolvimento do Sistema Aéreo.
Em um pronunciamento de meia hora, o ministro detalhou como o governo pretende refazer a malha aérea do país. O aeroporto de Brasília ficaria com as conexões para as regiões Nordeste e Centro-Oeste; o de Confins, em Belo Horizonte, somente para o Nordeste; Galeão, no Rio, para Nordeste, Sul, América do Norte e Europa; enquanto o de Curitiba ficaria com rotas para o Sul; e Congonhas, em São Paulo, com conexões variadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer, na reunião do conselho político do governo, que o ministro tem carta branca para fazer as mudanças necessárias na pasta.
Governo não vai ceder
Jobim voltou a negar que o governo vá ceder a pressões de companhias aéreas para rever as decisões tomadas pelo Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac). O ministro foi taxativo ao dizer que é inegociável a intenção de fazer com que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixe de ser um ponto de escalas nacionais, apesar de ter admitido que as companhias terão dificuldade para cumprir todas as resoluções. Segundo o ministro qualquer mudança levará em conta a questão da segurança, mesmo que isso possa significar desconforto para os passageiros.
- Não há dúvida de que elas (empresas) terão problemas , mas não será o problema de mortes que tivemos este ano. Se tivermos que escolher, optamos pela segurança - justificou.
As companhias aéreas pressionam para que o governo reveja a nova malha aérea proposta para o país, com a retirada de conexões e escalas de Congonhas e a distribuição desses vôos para outros aeroportos. Um integrante do Conac disse que as resoluções podem ser aperfeiçoadas porque o setor é complexo e fez investimentos pesados.
Jobim disse que ainda vai se sentar para conversar com as companhias aéreas. Ele afirmou que o governo está preocupado com a concentração no mercado por apenas duas empresas, TAM e GOL, e disse que pretende estimular o crescimento de empresas aéreas regionais.
Técnicos da Anac já admitem propor soluções alternativas
Na quarta-feira, um integrante do Conac disse que as resoluções podem ser aperfeiçoadas porque o setor é complexo e fez investimentos pesados.
Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) admitem que, caso sejam constatados prejuízos para as empresas em determinados vôos ou que a manutenção desse vôo vá resultar em aumento de preço, poderão propor soluções alternativas ao Conac.
Na quarta-feira, o presidente da Infraero, José Carlos Pereira, apresentou a Jobim três propostas técnicas para a reforma da pista principal do Aeroporto de Guarulhos.
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Sérgio Gaudenzi, seria o nome mais cotado para assumir o comando da Infraero, segundo afirmou à Reuters uma alta fonte do governo.
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