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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu neste domingo que o Senado encerre o mais cedo possível o processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Para Jobim, os senadores têm o dever de dar logo ao país uma resposta sobre o caso e pôr um fim às discussões internas sobre o tema. Para o governo, a investigação sobre a suposta troca de favores entre Renan e o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, tem atrapalhado a tramitação de importantes projetos no Congresso. (Relembre as denúncias contra Renan )

- A grande vantagem e dever do Senado com a Nação é encerrar o assunto, ou seja, fazer o julgamento, os procedimentos necessários, e encerrar o problema - disse Jobim, depois de participar da solenidade de troca de bandeira na Praça dos Três Poderes.

Jobim é um dos principais aliados de Renan Calheiros dentro do governo. No sábado, o ministro da Defesa fez uma visita à casa de Renan e até se deixou fotografar ao lado do presidente do Senado. Os dois se aproximaram depois que Renan liderou, no início deste ano, um grupo de apoio à candidatura derrotada de Jobim à presidência do PMDB.

- Foi uma visita de cortesia. O senador foi muito leal comigo e eu não pude deixar de fazer essa visita - disse Jobim.

Durante o encontro, Renan perguntou a Jobim se deveria ou não recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Conselho de Ética de exigir voto aberto na sessão de apreciação dos três relatórios sobre o senador. Dois dos três relatórios propõem a cassação do mandato do presidente do Senado por quebra de decoro. O ministro da Defesa disse que não conhece os detalhes do processo e que, portanto, não poderia ajudar o colega a decidir.

Cansado, mas confiante

Jobim disse que Renan está cansado e aborrecido com o prolongamento do processo de cassação, mas não tem medo de perder o mandato. Segundo o ministro, os dissabores do presidente do Senado são fortes mas, ainda assim, Renan estaria certo de que pode se livrar das acusações. Renan é acusado de recorrer a Cláudio Gontijo para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha.

- Ele está confiante no procedimento político. Político nenhum se entrega - disse.

Afilhado de Renan acusa senador de receber propina

Uma nova denúncia contra Renan, publicada pelas revistas "Veja" e "Época" deste fim de semana, foi feita pelo advogado Bruno Miranda Brito Lins, afilhado de casamento de Renan e ex-genro do lobista Luiz Coelho. Em depoimento à Polícia Civil de Brasília, no ano passado, Bruno acusou Luiz Coelho de montar um esquema de arrecadação de dinheiro para Renan em ministérios comandados por pessoas indicadas pelo PMDB, como a Previdência Social e Saúde.

Bruno disse que buscou pessoalmente, em pelo menos seis ocasiões, o dinheiro da propina, e, em uma delas, carregou uma sacola com R$3 milhões. Segundo ele, a propina era paga por bancos que receberam autorização do INSS para operar crédito consignado, entre eles o BMG.

Renan negou participação no esquema e, em nota, classificou as reportagens de "requentadas" e que o depoimento, dado em 2006, foi feito no curso de uma separação litigiosa de um funcionária de seu gabinete. Renan refere-se a Flávia Garcia - filha de Luiz Coelho e sua assessora no Senado - com quem Bruno foi casado por seis anos.

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