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Gilberto Carvalho,  ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República | José Cruz/ABr
Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República| Foto: José Cruz/ABr

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da Re­­pública, Gilberto Carvalho, pediu ontem perdão à bancada evangélica em reunião realizada na Câmara dos De­­putados.

Carvalho negou ter tido a intenção de dizer que o governo teria intenção de enfrentar os evangélicos pelo controle ideológico da classe C e que o Planalto estaria montando uma rede de comunicação para combatê-los. E pediu perdão pela repercussão das declarações dadas por ele durante o Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em janeiro.

O ministro trouxe ainda um recado da presidente Dilma Rousseff reafirmando que o governo não vai tomar qualquer iniciativa para alterar a legislação sobre aborto – assunto que veio à tona após a indicação da nova ministra de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, que se declara pessoalmente a favor da prática abortiva como medida de saúde pública.

A reunião foi marcada pelo constrangimento do ministro e pela tensão na bancada. Carvalho fez logo de início o pedido de desculpas, mas os parlamentares questionaram diversas vezes sobre as declarações. Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir que Carvalho assinasse um documento negando as declarações que lhe foram atribuídas, mas o ministro disse preferir divulgar uma nota, durante a tarde, falando sobre o tema.

Em rápida entrevista na saída da reunião, Carvalho tornou público seu pedido de perdão. "O pedido de desculpas, de perdão, que eu fiz não foi pelas minhas palavras, mas pelos sentimentos que provocaram em alguns deputados e senadores as interpretações que surgiram a partir de Porto Alegre." Carvalho afirmou não haver intenção do governo de fazer enfrentamento com os líderes religiosos e disse que seria "loucura" falar na criação de uma rede estatal de comunicação para enfrentar a mídia evangélica.

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