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Ministro da Casa Civil, Jaques Wagner foi escalado para rebater o deputado Eduardo Cunha. | Ueslei Marcelino/Reuters
Ministro da Casa Civil, Jaques Wagner foi escalado para rebater o deputado Eduardo Cunha.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mentiu ao dizer que ele propôs ao deputado André Moura (PSC-SE), um dos aliados de Cunha, uma “barganha” . Mais cedo, Cunha disse que Wagner tinha levado Moura até Dilma para que ela oferecesse votos de petistas a favor de Cunha no Conselho de Ética em troca da aprovação da CPMF.

“O presidente da Câmara mentiu porque ele afirmou que ontem o André Moura foi levado por mim à presidente da República — afirmou Wagner, acrescentando: “O deputado André Moura não esteve com a Dilma. Esteve comigo. Eu sempre discuti com ele como emissário do presidente da Câmara. Discuti pauta econômica: a DRU, a CPMF, repatriação. Sempre discuti com ele uma pauta que chamo de Pauta Brasil”.

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Ao citar o episódio nesta manhã, Cunha repetiu várias vezes que a “presidente mentiu à nação”, durante seu pronunciamento ontem, ao dizer que ela não havia feito barganha. O pronunciamento de Dilma ocorreu após o presidente da Câmara anunciar que iria abrir processo de impeachment contra ela.

A presidente recebeu com indignação a decisão de Cunha de acatar o pedido de impeachment contra ela. Em referência indireta ao peemedebista, ela afirmou que não tem conta no exterior, que não pesam contra ela denúncias de práticas de atos ilícitos nem de desvio de dinheiro público. A presidente disse que nunca coagiu pessoas nem instituições em busca de satisfazer seus interesses pessoais.

Benefício próprio

Jaques Wagner afirmou ainda o presidente da Câmara usa o cargo para obstruir o processo que enfrenta no Conselho de Ética da Casa e não tem mais condições de permanecer no posto, em mais um capítulo da disputa entre o Palácio do Planalto e o parlamentar. “O próprio presidente do Conselho de Ética por diversas vezes já se manifestou dizendo que havia uma tentativa de obstrução do julgamento no conselho por parte do presidente Eduardo Cunha. Então é realmente complicado, ele tem o poder da caneta, de fazer a ordem do dia e realmente pressionou, é público isso aí, ele pressionou muito”, disse. “Então eu creio que ele perdeu a legitimidade para estar sentado na presidência da Casa que o está julgando.”

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