"As provas foram legalmente coletadas e as escutas realizadas com autorização judicial e devidamente fundamentadas."
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, defendendo a validade das escutas feitas pela Operação Monte Carlo.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou ontem que a anulação das escutas da Operação Monte Carlo e das provas derivadas delas, caso confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, trará grande prejuízo ao ajuizamento da ação criminal contra os envolvidos na organização comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Ontem, Cardozo saiu em defesa das provas colhidas durante a operação. "Do ponto de vista do Ministério da Justiça, não há a menor dúvida: as provas foram legalmente coletadas e as escutas realizadas com autorização judicial e devidamente fundamentadas."
A nulidade das interceptações e das provas obtidas com elas, caso confirmada, quebrará toda a espinha dorsal da investigação e facilitará a defesa dos 81 denunciados pelo Ministério Público por envolvimento no esquema. Cachoeira será solto e até o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) será beneficiado na esfera judicial.
A anulação das escutas foi sustentada na terça-feira pelo desembargador Tourinho Neto, relator de habeas corpus movido pela defesa de Cachoeira. Para o magistrado, houve banalização da interceptação, que a seu ver deve ser o último recurso de uma investigação. Um ministro pediu vista e o julgamento será retomado na próxima semana.
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