Joaquim Barbosa defende a demissão de José Eduardo Cardozo
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa defendeu a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em mensagem divulgada em sua conta no Twitter. Na publicação, ele sugere aos seguidores que se mobilizem para pedir a saída de Cardozo. "Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça", afirmou. Cardozo manteve neste mês uma série de encontros com advogados que defendem três empresas acusadas por investigadores da Operação Lava Jato, como a UTC, a Camargo Corrêa e a Odebrecth. Os defensores das empreiteiras teriam denunciado supostas ilegalidades na condução da Lava Jato e estariam em busca de algum tipo de ajuda do governo para soltar os 11 executivos que estão presos há meses. O Supremo e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vão julgar o mérito de pedido de habeas corpus desses executivos nos próximos meses. Cardozo foi procurado por ser, como ministro da Justiça, responsável pelas ações da Polícia Federal (PF).
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebeu em audiência realizada em seu gabinete, no último dia 5, três advogados da empreiteira Odebrecht, citada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na delação premiada da Operação Lava Jato. O encontro consta da agenda oficial do ministro, divulgada no site da pasta. O ministério, no entanto, não informa que os advogados representam a construtora nem detalha a pauta do evento.
A edição da revista Veja desta semana noticiou que Cardozo encontrou Sérgio Renault, advogado da empreiteira UTC, também investigada na Lava Jato. E no sábado, a Folha de S.Paulo publicou que o ministro teria tido, apenas neste mês, ao menos três encontros com advogados da UTC e da Camargo Corrêa (outra empreiteira investigada).
No site do ministério, a agenda de Cardozo no dia 5 era: "Audiência com os senhores Pedro Estevam Serrano, Maurício Roberto Ferro, Dora Cavalcanti e com a participação do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira. Pauta: visita institucional". Serrano e Dora são advogados da construtora. Ferro é o vice-presidente jurídico.
A Odebrecht foi citada por Costa em sua delação premiada. Segundo o ex-diretor da Petrobras, a construtora teria lhe pagado US$ 31,5 milhões em propina de 2012 a 2013 em contas na Suíça. A empresa classificou as acusações como "calúnias".
O que diz Cardozo
Cardozo confirmou à reportagem que se reuniu com representantes da Odebrecht e disse que os advogados foram atendidos por terem feito um pedido formal de audiência. Segundo ele, a equipe apresentou duas representações denunciando supostas irregularidades na Lava Jato, mas o ministro não quis detalhar o tema.
"As representações tramitam em sigilo e foram encaminhadas aos órgãos responsáveis, sendo informadas às autoridades competentes. Foi feita uma ata da reunião", disse o ministro.
Cardozo afirmou ainda que essa foi a única reunião que teve com advogados de empreiteiras envolvidas no escândalo. Ele nega que tenha atendido Renault. Disse que os dois apenas se cumprimentaram na antessala de seu gabinete. Cardozo também ressaltou que, em nenhum momento, tranquilizou os advogados das empreiteiras envolvidas no esquema. Ele classificou a informação como um "boato". A reportagem procurou a Odebrecht, mas não obteve resposta.
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