A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu ontem aprofundar a investigação e pedir informações ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, sobre os negócios de sua empresa de consultoria. O ministro terá dez dias para prestar esclarecimentos sobre suas atividades privadas entre 2009 e 2010 período em que deixou de ser prefeito de Belo Horizonte (MG) e coordenou a campanha eleitoral da então candidata à Presidência Dilma Rousseff.
Nos dois anos, Pimentel faturou R$ 2 milhões em serviços de consultorias. Metade do valor foi pago pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), para conversas informais e palestras. No entanto, segundo investigação do jornal O Globo, as palestras nunca ocorreram o que levantou suspeitas.
Além disso, Pimentel recebeu R$ 400 mil da QA Consulting, empresa do filho de seu sócio. Parte do pagamento foi feito antes de a QA receber R$ 230 mil da HAP Engenharia, cujo dono responde na Justiça, junto com Pimentel, a uma ação de superfaturamento em obras públicas. Sócios da ETA Bebidas do Nordeste, de quem Pimentel recebeu R$ 130 mil, negaram pagamento pela consultoria, mas um deles depois voltou atrás e confirmou. E a construtora Convap pagou R$ 514 mil antes de ganhar licitações na prefeitura de Belo Horizonte.
A decisão da comissão foi apertada. Votaram a favor do prosseguimento do caso os conselheiros Fábio Coutinho (relator do parecer), Marília Muricy e Sepúlveda Pertence, presidente do conselho. Pelo arquivamento, se posicionaram Roberto Caldas, José Ernanne Pinheiro e Américo Lacombe. O sétimo conselheiro, Humberto Gomes, está de licença médica e não participou da sessão.
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