A dúvida acabou. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) participará do julgamento do processo do mensalão. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o principal réu da ação penal e com quem já trabalhou durante a passagem de ambos pelo governo, Toffoli, no seu primeiro pronunciamento, votou a favor de manter o processo contra todos os 38 réus na Corte.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que avaliava pedir a suspeição do ministro logo no início do julgamento. Esta tarde, contudo, silenciou-se assim que Dias Toffoli iniciou seu voto na questão preliminar levantada pelo advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, defensor do ex-dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado.
Thomaz Bastos queria manter no Supremo apenas o julgamento dos deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Contudo, Toffoli é o quarto voto a favor de manter o processo no tribunal. Até o momento, apenas o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, concordou com a tese de Thomaz Bastos, ou seja, pelo desmembramento do processo. "Se levarmos ao pé da letra essa tese, imagine quantas causas seriam anuladas", argumentou Toffoli.
Embora o julgamento esteja ainda na fase preliminar, o processo já iniciou do ponto de vista legal. Ou seja, Gurgel não poderá questionar mais a participação de Toffoli no julgamento do caso.
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