Ministros que em breve deixarão seus cargos para se candidatarem a algum cargo em 2014 investem em seus redutos eleitorais. Pelo menos sete têm adotado a estratégia de liberar verba para seus Estados ou participado de agendas de governo não diretamente relacionadas às suas áreas.
A investida por visibilidade nas próprias bases eleitorais sugere pouco controle do Palácio do Planalto na movimentação dos ministros, contrariando a imagem que a presidente Dilma Rousseff procurou passar no início de seu mandato - de zelosa com a separação entre o cargo no Executivo e a articulação eleitoral.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), anunciou na segunda-feira passada, em Campina Grande, investimentos de R$ 240 milhões para a construção de 4 mil unidades do Minha Casa Minha Vida no município, que é seu domicílio eleitoral. Ribeiro quer disputar o governo paraibano, mas tem a opção de tentar o Senado no ano que vem.
Também na lista dos ministros que se preparam para deixar o cargo, o petista Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) tem intensificado sua presença em Minas Gerais, onde pretende disputar o governo do Estado.
A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que disputará com o governador Beto Richa (PSDB), na sexta-feira entregou 40 motoniveladoras e 24 caminhões basculantes para prefeituras paranaenses.
O ministro do Turismo, Gastão Vieira, que deixará o cargo para concorrer à reeleição de deputado, avisou pelo Twitter, no último dia 2, que recebeu 36 dos 209 médicos que vão trabalhar no interior do Maranhão no programa Mais Médicos.
Provável candidato petista ao governo de São Paulo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem feito visitas constantes ao Estado, na tentativa de se tornar mais conhecido. E o ministro da Agricultura, Antonio Andrade, que pode ser o candidato a vice na chapa de Fernando Pimentel num eventual acordo entre o PT e o PMDB, elevou os repasses da Pasta para Minas. Em pouco mais de
oito meses como ministro, o valor total de convênios do ministério que beneficiaram o Estado ultrapassa R$ 13 milhões. No mesmo período de tempo anterior à sua posse, foram R$ 4,3 milhões, uma diferença de 202%.
Os ministros citados em resposta a reportagem justificaram suas agendas e investimentos como sem fins eleitorais.
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