"Pretendo exercer a liderança esclarecendo tudo, o governo não tem nada a esconder."
Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), deputado estadual e futuro líder do governo na Assembléia.
Minoria Os deputados que fazem parte da oposição ao governo na Assembléia escolhem até o fim do mês o líder da bancada. O atual bloco, que é minoritário, aguarda o posicionamento dos deputados novos. Ninguém sabe com certeza quantos devem se juntar aos seis deputados de oposição. A maioria exibe discurso de "independência" em relação ao governo. Há possibilidade de o atual líder, Valdir Rossoni (PSDB), ser reconduzido ao cargo.
Dúvida Os deputados paranaenses estão repensando se vão mesmo instalar cinco CPIs neste início de mandato. Os governistas protocolaram na semana passada pedidos para criação de seis comissões de inquérito para investigar o governo anterior. O limite para funcionamento simultâneo, porém, é de cinco CPIs. Uma reunião na segunda-feira entre as lideranças dos partidos e a presidência vai discutir se as comissões serão instaladas. Há consenso, entre os próprios peemedebistas, que a Assembléia não vai conseguir fazer funcionar todas ao mesmo tempo.
Posse O ex-presidente da Assembléia Legislativa Hermas Brandão (PSDB) está fora da cena política desde o final de janeiro, quando terminou a convocação extraordinária dos deputados. Aos amigos mais íntimos tem confidenciado que vai realmente assumir a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele tem prazo até 5 de março. Por enquanto, o ex-deputado não conseguiu avançar na sua tentativa de conseguir remoção de seu cartório de Andirá para um novo que será criado na capital.
Culpado A oposição não perdeu a chance de culpar o governo pelo saldo trágico do feriadão de carnaval. Nos cinco dias foram 35 mortes violentas em Curitiba e região metropolitana, segundo dados do Instituto Médico-Legal (IML). Para o líder do PFL, Plauto Miró, o crescimento de 60% das mortes em comparação ao carnaval de 2006 mostra a ineficiência da área de segurança pública no Estado. "Enquanto a violência bate recorde, o governador está descansando na Ilha das Cobras", disse.
Sabotagem O novo prefeito de Kaloré cidade de 4,5 mil habitantes no Norte do Paraná assumiu o mandato na última quinta-feira. Na sexta, resolveu nem mesmo abrir as portas da prefeitura. "Decidimos não abrir no dia seguinte ao constatar o caos encontrado", afirmou Adnan Luiz Canelo (PMDB). Ele acusa o antecessor de dar sumiço em documentos da contabilidade da prefeitura de Kaloré e fazer sabotagem em computadores.
Cassado Canelo assumiu a prefeitura por ter sido o segundo mais votado nas eleições de 2004. O primeiro colocado, Eleomil Altivo Fuzeti (PL), foi afastado sob acusação de crime eleitoral. Canelo diz que os computadores estão travados. Pretende reabrir a prefeitura hoje, mas diz que alguns serviços ainda não estarão disponíveis. O prefeito cassado nega todas acusações. "Saímos da prefeitura acompanhados de policiais militares, e não levamos nada de lá", afirmou.
Balanço Fuzeti não foi o único político a perder o mandato por problemas com a Justiça Eleitoral. Balanço divulgado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral mostra que 421 políticos tiveram seus registros de candidatura ou diplomas cassados no Brasil nas três últimas eleições em função de processos por compra de votos. Só no Paraná foram sete. O dado reforça a pesquisa da Transparência Brasil, que apontou o Paraná como o estado onde houve mais tentativas de compra de votos em 2006.
Campanha O candidato a presidente do PMDB, Nelson Jobim, deve desembarcar em Curitiba no dia 2 de março. Ele conversa com os peemedebistas locais em busca de votos. O PMDB do Paraná tem 77 votos, perdendo em número apenas para o Rio de Janeiro. Semana passada quem esteve em Curitiba para tentar angariar votos dos delegados paranaenses foi o atual presidente, Michel Temer, candidato à reeleição. A eleição da nova Comissão Executiva Nacional será dia 11 de março.
Pinga-fogo
Mesmo com os portões da Assembléia fechados e ninguém trabalhando dentro do prédio, o título da notícia principal do site do Legislativo paranaense ontem era "Trabalho no Carnaval". Explica-se: a notícia dizia que o deputado estadual petista Élton Welter iria passar o feriado analisando documentos da denúncia contra o prefeito Beto Richa e a empreiteira DM. O governador Roberto Requião, de quem Welter é aliado, diz que Richa recebeu dinheiro público para sua campanha de 2002, por meio da DM. O prefeito de Matinhos, Francisco Carlim dos Santos, diz que não tem casos de nepotismo em sua administração. Balanço publicado pela Gazeta ontem mostrou que há uma ação contra o nepotismo na cidade. O prefeito garante que a situação é relacionada apenas à Câmara Municipal.
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