Miro: vamos ganhar a luta contra a blindagem de Cavendish
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) anunciou nesta quinta-feira (14) que pediu ao Congresso Nacional esclarecimentos sobre um possível almoço em Paris, na Semana Santa, entre Fernando Cavendish e parlamentares integrantes da CPI do Cachoeira. Em entrevista exclusiva ao jornal O Globo, ele lembra que o esforço para barrar o seu depoimento foi grande - o placar apertado foi de 17 a 13 - , mas o desgaste também.
"É inexplicável. Convocam a mulher do Cachoeira e não o Cavendish. Você abre o sigilo da Alberto e Pantoja, você vê os depósitos da Delta Nacional. E a Alberto e Pantoja é uma empresa fantasma do Carlos Cachoeira. O presidente da empresa é o Cavendish. Como é que seria desvio de foco?", questiona.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) voltou a pedir a palavra, pouco antes do final da sessão administrativa da CPI do Cachoeira desta quinta-feira (14), para anunciar que pediu formalmente à presidência da comissão uma investigação junto ao Congresso sobre um possível encontro de deputados e senadores com o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.
O encontro, segundo o deputado, teria acontecido em Paris, depois que parlamentares fizeram uma visita oficial a um país da África. Antes de voltar ao Brasil, eles teriam passado pela capital francesa. Teixeira disse ainda que o objetivo da investigação é verificar se isso de fato ocorreu, e se dentre esses parlamentares, estariam incluídos integrantes da CPI. Caso isso se confirme, segundo ele, é preciso verificar se os votos desses parlamentares podem ter evitado a convocação de Cavendish em votação realizada nesta quinta, que teve placar de apertado de 16 votos pelo adiamento da decisão contra 13 pela convocação.
Antes, Miro Teixeira havia denunciado a existência da "tropa do cheque" ao comentar a decisão da CPI de Cachoeira de se recusar a ouvir o ex-presidente da Delta, e Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
"Reproduzi o que tenho ouvido por aqui", disse Miro ao Blog do Noblat. "Esta CPI está com medo da verdade", acusou Miro que sugeriu uma audiência informal no Congresso para ouvir Pagot. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) aceitou o convite para presidir a audiência. Nesta quinta, a CPI quebrou o sigilo fiscal, bancário e telefônico dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO).
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