Rio de Janeiro (Folhapress) Estudo divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2004) mostra que a miséria atingiu o patamar mais baixo desde 1992, início da série histórica do levantamento feito pelo IBGE.
A proporção de pessoas abaixo da linha de miséria passou de 27,26% em 2003 para 25,08% em 2004. Em 1992, a proporção de miseráveis era de 35,87%. Apesar da melhora, uma a cada quatro pessoas no país viviam com uma renda inferior a R$ 115 por mês no ano passado.
Em 2004, a miséria caiu 8%. O resultado foi motivado principalmente pela redução da desigualdade social. A renda domiciliar per capita cresceu 2,85% e o índice de Gini, fórmula internacional usada para comparar a desigualdade da renda em valores de 0 a 1, na qual 1 é o pior indicador, teve queda de 2,05%.
"O que chama mais atenção é a combinação entre crescimento e redução da desigualdade", afirma o economista Marcelo Neri, responsável pela elaboração do estudo.
Economia
Em 2004, a economia brasileira cresceu 4,9%. A série histórica mostra que anos de forte geração de emprego, como o ano passado, apresentam maiores quedas na proporção de pessoas abaixo da linha de miséria. "A redução da pobreza se deu por dois motivos: dois terços por efeito de desconcentração da renda e um terço pelo crescimento econômico. Esse resultado mostra que é possível combater a pobreza atacando pelas duas frentes", disse.
Não é a primeira vez que a desigualdade social cai de um ano para o outro. Desde 2001 ela tem apresentado quedas gradativas, mas de 2003 para 2004 ela duplicou seu ritmo de queda. Segundo Neri, o que pode estar por trás desse movimento são fatores como a recuperação do mercado de trabalho, com maior oferta de empregos formais, a maior escolarização do brasileiro e o ajuste de programas de transferência de renda, como o BolsaFamília. "Cresceu a participação do Estado na economia. Ele está transferindo mais renda para as pessoas", afirmou.
A média de queda da miséria do governo Lula é de 2,2%, um resultado superior ao do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando a média anual foi de 1,8%, mas inferior ao da primeira gestão do ex-presidente, quando a queda da miséria foi de 4,5% ao ano.
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