O projeto do governo que prevê "a readmissão dos servidores estaduais que foram demitidos entre os anos de 1983 e 1988, por perseguição política", que foi aprovado ontem na Assembléia Legislativa, é considerado um mistério pelos deputados estaduais. A proposta recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas com protestos de três deputados Reni Pereira (PSB), Luiz Carlos Martins (PDT) e Douglas Fabrício (PPS) que votaram contra.
Um voto contrário em separado foi apresentado por Reni Pereira. O argumento é que o governo não sabe quanto vai gastar com a readmissão dos servidores. Além disso, a anistia é de competência da União, e, com o projeto, o estado vai assumir uma responsabilidade financeira que não é dele. Para Luiz Carlos Martins, como o governo se recusa a revelar quantos ou quem seriam os beneficiados com a nova lei, "dá a impressão de que se atira num teco-teco e vai atingir um boeing". O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), não soube dizer quantas pessoas terão direito a ter os empregos de volta no governo nem quais são. "Não podemos fulanizar esse projeto", disse.
Contraponto
A presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, diz que os tucanos não têm moral alguma para criticar a política fiscal do governo federal. "Foi o PSDB que patrocinou o maior aumento de tributos no Brasil, em dez pontos porcentuais do PIB." Para ela, o partido também não conseguiu ministrar uma crise econômica "com foco nas pessoas, como o PT vem fazendo."
Grampos
O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) vai pedir informações ao ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre os supostos grampos telefônicos de conversas entre jornalistas e pessoas investigadas pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Para tentar garantir o acesso aos dados, o deputado vai apresentar dois pedidos de informação: um na própria CPI e outro no plenário da Câmara.
Homenagem
A Ecovias, concessionária do grupo CR Almeida no sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, inaugura hoje um novo viaduto, próximo a Cubatão. A obra será batizada com o nome do empresário paranaense Cecílio do Rego Almeida, morto em março deste ano. O governador José Serra confirmou presença no evento.
Fora infiel
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem que o deputado Walter Brito (PRB-PB) deve ser mesmo substituído na Câmara dos Deputados pelo suplente Major Fabio (DEM-PB). O STF rejeitou recurso de Walter Brito, que trocou o DEM pelo PRB fora dos prazos fixados pelo TSE. Ele alegou que era perseguido pelo partido. O caso deve servir de referência. Já foram protocolado 2.456 processos contra parlamentares infiéis.
Prédios verdes
A Câmara Federal aprovou o Projeto de Lei nº 34, de autoria do deputado federal licenciado Cassio Taniguchi (DEM-PR) atualmente secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente no Distrito Federal que trata de incentivos para construções ecológicas. O projeto propõe estímulos fiscais para a execução de obras que utilizem práticas sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental.
Indefinição
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê a ampliação do número de vereadores em todo o Brasil deveria ter sido votada ontem pelo Senado. Mas, até as 22 horas, o assunto não havia entrado em pauta. Se a PEC passar, o Paraná pode ganhar 465 novos vereadores já na próxima legislatura, que começa em janeiro.
Adeus e olá
O deputado Edgar Bueno (PDT) se despediu ontem da Assembléia Legislativa para assumir a prefeitura de Cascavel, em 1º de janeiro. O ex-prefeito de Umuarama, Fernando Scanavaca (PDT), assumiu em seu lugar. Scanavaca foi o primeiro suplente PDT-PTB-PP nas eleições de 2006.
Correção
O nome do Barão do Serro Azul foi publicado de forma invertida nas notas políticas de ontem. O correto é Ildefonso Pereira Correia. Ele será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, o que lhe dá status de herói nacional. O livro fica depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
Pinga-fogo
O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) defende que o próximo presidente da Câmara tenha como prioridade as várias reformas (tributária, política, trabalhista e previdenciária). "Não estamos aqui para votar medidas provisórias, requerimentos, aumento de gastos públicos, sessões solenes ou perfumarias que se vê toda semana. Eu e muitos deputados que estão aqui queremos votar as grandes reformas que este país precisa."
Detalhes de depoimento vazado de Mauro Cid fragilizam hipótese da PF sobre golpe
Na onda do STF, Governo planeja remover conteúdo de usuários; assista ao Sem Rodeios
Pautas da oposição vão na contramão do governismo de Motta e Alcolumbre
Desaprovação a Lula cresce e atinge a própria base de apoio: Nordeste e lulistas
Deixe sua opinião