As manifestações de sexta-feira (18), a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, foram menores do que os atos do último domingo (13). Segundo balanços das polícias militares nos estados, a mobilização antigovernista foi pouco mais de 13 vezes maior, levando 3,6 milhões de pessoas às ruas em todo o país, enquanto governistas levaram 275 mil. Nos dois casos, foram registrados protestos em todos os estados. As únicas capitais onde os atos desta sexta foram maiores do que os de domingo foram Salvador (BA), João Pessoa (PB) e Rio Branco (AC).
Além da quantidade de público, outras diferenças puderam ser registradas nas duas ocasiões. Na sexta, dia de semana, as manifestações foram convocadas por centrais sindicais e movimentos de esquerda ligados ao governo, com a contratação de ônibus fretados para militantes. Já nos atos do dia 13, que ocorreram em um fim de semana, a convocação foi feita pela internet por movimentos que desde o ano passado pedem a saída de Dilma, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua.
5 mil pessoas vão às ruas do Centro de Curitiba em apoio a Lula e Dilma
Leia a matéria completaA Avenida Paulista, em São Paulo, era ocupada nesta sexta pelos manifestantes ao longo de 11 quarteirões – público de 80 mil pessoas –, com discursos de militantes de PT e outros partidos de esquerda. Já no último domingo, eram 23 quarteirões ocupados pelas pessoas que queriam o impeachment de Dilma – público de 1,4 milhão.
Cinco dias depois, o verde e amarelo deu lugar ao vermelho na Paulista. As palavras de ordem contra Dilma e Lula gritadas pelos que vestiam a camisa da seleção foram substituídas pelo canto “Não vai ter golpe”. Camisas do PT, da CUT e do MST eram o uniforme de boa parte dos que protestavam.
Na sexta-feira, os manifestantes elegeram como vilão aquele que havia sido alçado à condição de herói no domingo: o juiz Sérgio Moro, atacado pelo público e principalmente nos discursos dos líderes petistas.
A diferença no tratamento aos políticos também chamou a atenção. Enquanto nomes como o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foram vaiados no domingo e optaram por não discursar, ontem o público louvou Lula e fez de seu discurso o ponto alto do ato.
Quem foi à Paulista ontem encontrou ainda trilha sonora radicalmente diferente. No domingo, o grande hit dos DJs foi a música “Que país é este?”, do Legião Urbana. Já os apoiadores do governo viram uma apresentação ao vivo do cantor Chico Cesar, que executou, entre outros, a música ícone da canção de protesto dos anos 1960: “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré.
No Rio de Janeiro, não houve uma divulgação oficial do número de manifestantes pela Polícia Militar. Ontem, porém, o Centro de Operações Rio, da prefeitura, estimou o público na Praça XV, em 70 mil.
No Recife, o senador Humberto Costa (PT) participou do ato pró-governo. “O povo brasileiro não foge à luta. Se eles acham que vão derrubar Dilma, estão muito enganados”, afirmou ele, no ato que reuniu 15 mil pessoas. No domingo, foram 120 mil manifestantes.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Deixe sua opinião