Curitiba O apagão político de Lula é a chance de amadurecer o debate público no Brasil, afirma o filósofo e economista do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (IBMEC) Eduardo Giannetti da Fonseca, que esteve ontem em Curitiba participando do ciclo de palestras "UnicenP pensa o Brasil".
Para Giannetti, as três grandes forças de oposição ao regime militar (PMDB, PSDB e PT) foram testadas pelo eleitorado brasileiro. "O problema do regime militar é que ele deforma não só a situação, mas também a oposição, porque cria a ilusão que vai ser muito fácil mudar as coisas quando na verdade não é", diz.
"Acho que agora teremos a chance de realmente passar a enfrentar nossos problemas. Não adianta mais algum grupo político se apresentar como justo e bom, que com ele tudo vai ser diferente. Isso nós fizemos já três vezes nas últimas eleições", explica Giannetti.
O economista também aproveitou a ocasião para lançar seu livro, "O Valor do Amanhã" (Cia. das Letras, 328 págs., R$ 44), sobre os aspectos dos juros em várias dimensões da vida humana. "Eu investi nesse livro porque acho que é uma discussão que tem que ser feita no Brasil. Quantos de nós estamos dispostos, como sociedade, a sacrificar o agora para melhorar o amanhã? Ou o contrário, quantos de nós estamos sacrificando o amanhã para melhorar o agora?", explica o professor da faculdade Ibmec, de São Paulo.
De acordo com Giannetti, o livro aborda a questão dos juros não apenas no aspecto financeiro, mas também nos detalhes do dia-a-dia. "Tentei no livro realmente mostrar como nós, como sociedade, tanto individual quanto coletivamente, precisamos elaborar um pouco mais quais são nossos valores em relação ao tempo."
Para o professor, até a religião é um exemplo de como se manifestam os juros na prática. "As grandes religiões, no fundo, funcionam como um contrato econômico: renuncie agora, paraíso depois. É uma equação econômica: custos agora rendem benefícios no porvir."
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