O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou que os governos do Brasil e da Argentina necessariamente têm que entender seu pedido de pagar mais pelo gás de seu país, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira pela Agência Boliviana de Informação (ABI). Nessa quarta-feira, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, declarou que a companhia não aceitará qualquer aumento e que o preço atual está garantido por um contrato de importação de longo prazo com a estatal boliviana YPFB (clique aqui e saiba mais) .
- Brasil e Argentina têm que aumentar o preço do gás que estão comprando porque, segundo o acordo, em 2004 os preços já deveriam ter sido revisados e lamento que os governos não tenham feito isso - disse Morales, depois de ter se reunido, na noite de quarta-feira, em La Paz, com o presidente Hugo Chávez, da Venezuela.
Os dois líderes estão reunidos nesta quinta-feira em Puerto Iguazú, na Argentina, com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nestor Kirchner, da Argentina. Ainda nesta quinta-feira, o encarregado de negócios da Embaixada da Bolívia no Brasil, ministro Pedro Gumucio, afirmou que os preços do gás terão de subir, porque estão defasados em relação às cotações do petróleo (clique e confira) .
Sobre o anúncio da Petrobras de que não vai mais investir na Bolívia por causa das novas regras do setor de hidrocarbonetos, Morales disse que é uma decisão soberana do país.
- Podem chantagear, mas não é possível que, com nossos recursos, tenham uma grande empresa e deixem mal a economia de nosso país.
Ele acrescentou que sobram empresas petrolíferas de vários continentes interessadas em realizar negócios com a Bolívia, em referência aos protestos da Petrobras e da hispano-argentina Repsol YPF contra a nacionalização, que dá à Bolívia o "controle absoluto" dos hidrocarbonetos do país.
Morales declarou ainda que por falta de uma boa administração, a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliovianos (YPFB) esteve em má situação, mas vai se recuperar.
Segundo Morales, a reunião desta quinta-feira em Puerto Iguazú não é para se negociar nada, mas para levar adiante a integração energética entre os países sul-americanos.
- A nacionaliação é uma decisão soberana e não negociaremos nada sobre esse tema - afirmou.
Deixe sua opinião