O juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, aceitou na última sexta-feira (12) a denúncia contra Paulo Adalberto Ferreira, ex-tesoureiro do PT, e outras 13 pessoas sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e cartel na Petrobras.
É a primeira vez que Ferreira, que antecedeu João Vaccari Neto na tesouraria do PT, se torna réu da Lava Jato.
O ex-deputado federal é acusado de ter recebido cerca de R$ 1 milhão em propina na obra do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras), no Rio de Janeiro – investigada na 31ª fase da operação. Segundo os procuradores, os valores foram direcionados a contas de seus familiares, empresas terceiras e até a uma escola de samba de Porto Alegre, base eleitoral do ex-tesoureiro.
Ele nega irregularidades e diz que as transferências foram legais, feitas a fornecedores e integrantes de sua campanha a deputado federal, em 2010.
No total, R$ 20 milhões foram desviados do contrato, segundo a denúncia. A construção foi iniciada em 2008 e custou cerca de R$ 1 bilhão.
Na decisão, Moro entendeu que há “indícios suficientes de autoria e materialidade” contra os acusados.
Também viraram réus os empresários responsáveis pela obra, das construtoras OAS (Leo Pinheiro, ex-presidente, e Agenor Franklin Medeiros), Construcap (Roberto Capobianco e Erasto Messias da Silva Júnior), Construbase (Genésio Schiavinato Júnior), Schahin (Edison Freire Coutinho e José Antônio Marsílio Schwarz) e Carioca Engenharia (Ricardo Backheuser Pernambuco).
Eles são acusados de acertar o valor do contrato e, posteriormente, pagar propina a agentes da Petrobras e a membros do PT -que daria sustentação política à diretoria de Serviços.
O ex-diretor da estatal Renato Duque também está entre os réus -além de quatro operadores do esquema (Adir Assad, Roberto Trombeta, Rodrigo Morales e o advogado Alexandre Romano), que fizeram a operação financeira, por meio de contratos de fachada e pagamentos no exterior.
Os últimos três são delatores da Lava Jato, e deram origem à investigação dos fatos denunciados.
Outro lado
Preso preventivamente em São Paulo, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira afirmou à PF na época que as empresas e pessoas beneficiadas pelos repasses “custearam despesas de sua campanha” a deputado federal, em 2010.
O advogado Alexandre Romano, que também é réu e fez vários dos pagamentos apontados na denúncia, atuava como seu “captador de recursos”, argumentou. As transferências feitas a uma escola de samba, amigos e familiares, assim, eram para quitar gastos de campanha.
Médicos afirmam que Lula não terá sequelas após mais uma emergência de saúde em seu 3º mandato
Mudanças feitas no Senado elevam “maior imposto do mundo” para 28,1%
Lula ganha aliado europeu no acordo Mercosul-UE e acerta venda de aviões da Embraer
Projeto que eleva conta de luz em 7,5% avança no Senado e vai para o plenário
Deixe sua opinião