O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quarta-feira (29) a denúncia contra o ex-ministro José Dirceu e outras seis pessoas suspeitas de terem pago e recebido propina em um contrato da Petrobras.
Com isso, Dirceu, seu irmão Luiz Eduardo, o ex-diretor da estatal Renato Duque e quatro empresários se tornam réus sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro.
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Leia a matéria completaEssa é a segunda ação contra o ex-ministro na Lava Jato. Já condenado no mensalão, Dirceu está preso preventivamente desde agosto do ano passado em Curitiba.
Ele é acusado de ser o líder do grupo político que dava sustentação a Duque na Petrobras.
Nesta ação, fruto da 30.ª fase da Operação Lava Jato, Dirceu e Duque são acusados de receber R$ 7,14 milhões em propina entre 2009 e 2012 -quase 3% do valor do contrato que a Apolo Tubulars firmou com a Petrobras em 2009, para o fornecimento de tubos.
O dinheiro, segundo a denúncia, ajudou a pagar o fretamento de aviões usados pelo ex-ministro para percorrer o país, em eventos de protesto contra sua condenação no mensalão, realizados entre 2010 e 2011.
O intermediário do pagamento foi o lobista e empresário Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada com a Procuradoria e não foi denunciado nesta ação. Dois empresários, também réus, são acusados de operar uma empresa de fachada, a Credencial Construtora, para também intermediar as transferências da propina a Dirceu.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro, fez pedidos em nome do irmão em relação aos pagamentos, de acordo com o Ministério Público Federal, e por isso virou réu. A denúncia foi apresentada na terça (28) à Justiça.
Para Moro, falta “aparente causa lícita para os pagamentos vultosos” feitos a Dirceu pelas empresas. O juiz afirmou que há indícios suficientes de autoria e materialidade -por isso, a ação começou a correr.
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Procurada, a defesa de Dirceu e de seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, afirmou que ainda está analisando a denúncia e não vai se pronunciar por enquanto.
As defesas de Duque e dos sócios da Credencial e da Apolo Tubulars não foram localizadas até a publicação desta reportagem.
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