Mais um episódio da Operação Lava Jato provocou uma discussão jurídica nesta semana. Desta vez, o caso envolve o uso de provas colhidas na Suíça referentes à movimentação bancária de uma offshore controlada pela construtora Odebrecht que comprovaria o pagamento de propina a ex-diretores da Petrobras.
LAVA JATO: Acompanhe notícias sobre a Operação
De um lado, o Ministério Público Federal (MPF) alega que a Justiça suíça decidiu que houve um erro procedimental por parte dos investigadores daquele país, mas os documentos poderiam ser utilizados como prova no processo brasileiro. De outro, a defesa dos executivos alega que o MPF “rasga a Constituição” ao utilizar provas ilícitas.
Quem venceu a discussão, por enquanto, foi o MPF. O juiz Sergio Moro considerou as provas legais e retomou os prazos do processo, que estavam suspensos. “Apesar do reconhecimento do erro procedimental suprível por parte do Ministério Público Suíço, a Corte Suíça não proibiu as autoridades brasileiras de utilizar os documentos, nem solicitou a sua devolução”, justificou Moro na decisão.
INFOGRÁFICO: A linha do tempo da Lava Jato
Segundo especialistas, a decisão de Moro está correta. “Não há nada que se contestar na decisão dele”, diz o professor adjunto de Direito da PUCPR Solon Linhares. Ele explica que no processo pode haver dois tipos de vício: material e formal. “O vício material é insanável. O vício formal, por sua vez, é sanável.” No caso do material da Suíça, segundo Linhares, as provas podem ser convalidadas. “O que acontece nesse caso, academicamente falando, é que houve um erro meramente procedimental.” Para ele, a alegação da defesa dos executivos é protelatória.
Lula é confirmado como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai
Leia a matéria completaProfessor de Direito da Unibrasil e especialista em Direito internacional, Eduardo Biacchi Gomes também reforça que há apenas um erro formal , que pode ser corrigido. “Lá na Suíça se questiona não se as provas seriam legais ou não, e sim as formas através das quais as provas teriam sido obtidas”, explica. “No campo da suposição, a forma através da qual essas provas foram transmitidas é uma questão da Suíça. As provas foram obtidas, o resultado está aqui.”
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Premiê de Assad concorda em entregar poder a rebeldes da Síria
EUA alertam que Estado Islâmico pode tentar “tirar vantagem” da situação na Síria
Segurança pública de São Paulo enaltece recorde histórico de redução de crimes
Deixe sua opinião