O ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB) virou réu na Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (16).
O juiz federal Sergio Moro acolheu a denúncia contra ele e outros seis investigados, protocolada nesta quinta-feira (15) pelo Ministério Público Federal (MPF).
Também viraram réus a mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, o ex-secretário de governo Wilson Carlos e sua esposa Mônica Carvalho, o sócio de Cabral, Carlos Miranda, e dois executivos ligados à Andrade Gutierrez: Rogério Nora e Clóvis Primo.
Segundo a denúncia, a empreiteira Andrade Gutierrez teria acertado o pagamento de vantagem indevida ao então governador Sergio Cabral sobre contratos da empresa no Rio de Janeiro.
A denúncia envolve especificamente propinas pagas no âmbito do contrato de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) em 2008. O contrato tinha o valor original de R$ 819,8 milhões e sofreu cinco aditivos que levaram ao incremento do valor para R$ 1,1 bilhão.
De acordo com o MPF, foram pagos cerca de R$ 2,7 milhões em propinas a Cabral, seu sócio e ao ex-secretário de governo .
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A denúncia também detalha como os investigados lavaram parte do dinheiro pago como propina pela Andrade Gutierrez. Segundo o MPF, foram adquiridos pelos investigados equipamentos para produção de leite, para produção agrícola, além de móveis, roupas, acessórios, entre outros.
Ao aceitar a denúncia, Moro afirma que “a aquisição de bens, com recursos vultosos em espécie, para inviabilizar rastreamento, e com utilização de pessoa interposta, também constitui, em tese, método de ocultação e dissimulação e técnica de lavagem de dinheiro”.
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Moro ainda não marcou uma data para as primeiras audiências do caso. A Justiça Federal entra em recesso na próxima terça-feira (20) e os prazos processuais serão suspensos até o ano que vem.
O ex-governador Sergio Cabral está preso em Curitiba. Ele foi preso no Rio de Janeiro na Operação Calicute e foi transferido para a capital paranaense nesta semana.
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