O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai conseguiu acesso às delações do lobista Fernando Baiano. O juiz Sergio Moro autorizou o cadastro da defesa de Bumlai ao processo que investiga os pagamentos de propinas intermediado pelo lobista. De acordo com o delator, Bomlai teria pedido propina para pagar dívida de uma nora do ex-presidente Lula e teria intermediado encontros entre executivos da Sete Brasil e o petista.
Além da íntegra da delação, a defesa de Bumlai pediu os desdobramentos, anexos, mídias eletrônicas e quaisquer elementos de provas relacionados à Operação Lava Jato em que seu nome tenha sido mencionado.
Na mês passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator das investigações na corte, negou pedido de Bumlai para ter acesso a depoimento de delação premiada de Baiano. Para Teori, o pedido de Bumlai é “inviável”, porque o conteúdo dos depoimentos na delação é protegido por sigilo.
A autorização de Moro não afeta a decisão de Zavascki. Isso porque, o juiz autorizou o acesso a ação que corre na Justiça de Curitiba. Com isso, a defesa de Bumlai terá acesso a apenas cinco termos de delação feito por Baiano que foram anexados ao processo. Os demais termos continuam em segredo de Justiça no no Supremo.
Segundo o lobista, os encontros teriam ocorridos no Instituto Lula, em São Paulo, no primeiro semestre de 2011, e antecederam a cobrança de R$ 3 milhões por Bumlai para supostamente pagar uma dívida de imóvel de uma nora do ex-presidente. Posteriormente, Baiano disse que pagou R$ 2 milhões ao empresário.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Bumlai disse que os valores que recebeu de Baiano eram relativos a um empréstimo pessoal. Fernando Baiano contou que segundo relatos do ex-presidente da Sete Brasil, Lula teria falado em “dar mais velocidade” nos assuntos da empresa.
Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Lula vem negando repetidamente que tenha intermediado qualquer tipo de pedido ou favor a empresas envolvidas ou não na Lava Jato.