O juiz federal Sergio Moro decretou na tarde desta quarta-feira (23) o reestabelecimento de sigilo sobre as tabelas apreendidas durante a 23.ª fase da Operação Lava Jato, denominada Acarajé, em que contam registros de pagamentos da Odebrecht a agentes políticos de diversos partidos. Os documentos foram anexados ao processo pela Polícia Federal (PF), que conduziu as buscas.
As planilhas foram apreendidas na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura. “Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, registrou Moro no despacho.
O referido “Setor de Operações Estruturadas” consiste, segundo as investigações, em um departamento de pagamentos paralelos da empreiteira.
Ao final da decisão, Moro determina que se restabeleça o sigilo sobre o material e determina a intimação do Ministério Público Federal (MPF) para que a instituição se manifeste sobre a eventual remessa dos autos para o Supremo Tribunal Federal (STF), já que diversas pessoas citadas nas tabelas possuem prerrogativa de foro.
As planilhas foram mantidas no ar no sistema eletrônico de processos da Justiça Federal do Paraná durante algumas horas entre essa terça (22) e quarta-feira. Apesar do reestabelecimento do sigilo, diversos veículos de imprensa já haviam divulgado seu conteúdo.
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