O juiz federal Sérgio Moro determinou neste sábado (26) a soltura de nove dos 13 presos da Operação Xepa, realizada na última terça-feira (22). A prisão destes investigados, suspeitos de envolvimento com suposto pagamento de propina e lavagem de dinheiro da Odebrecht, era temporária, com validade de cinco dias. Em despacho, Moro declarou que “não era o caso de prorrogação” dessas prisões.
Moro determina, ainda, que, como medida alternativa à prisão, que os investigados ora soltos estão proibidos de deixar o país, e que devem entregar seus passaportes em um prazo de três dias. De acordo com o juiz, há indícios de que executivos do grupo Odebrecht “foram deslocados para o exterior durante as investigações, nele obtendo refúgio”.
Com isso, devem ser soltos os investigados Alvaro José Galliez Novis, Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, Antônio Pessoa de Souza Couto, Isaias Ubiraci Chaves Santos, João Alberto Lovera, Paul Elie Altit, Roberto Prisco Paraíso Ramos, Rodrigo Costa Melo e Sergio Luiz Neves. Seguem presos Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Marcelo Rodrigues, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Olivio Rodrigues Júnior.
Planilhas
No despacho, Moro também declarou que decidirá na segunda-feira (28) sobre a remessa ou não dos documentos apreendidos no apartamento do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF). As planilhas continham indícios de pagamentos feitos pela empresa para mais de 200 políticos.
Segundo Moro, “é prematura” qualquer conclusão referente a essas planilhas, uma vez que não é possível saber de antemão se os pagamentos foram lícitos ou ilícitos, ou mesmo se foram efetuados. Segundo ele, o ideal seria remeter os autos ao STF apenas após uma investigação mais aprofundada destes dados.
Entretanto, ele pontua que “a cautela recomenda” a remessa dos autos ao Supremo, uma vez que há informações referentes a pessoas com foro privilegiado. Segundo Moro, a remessa dos autos na segunda-feira “é provável”.
Xepa
A Operação Xepa, deflagrada no dia 22, teve como alvo propinas pagas pela Odebrecht para diversas obras do poder público, incluindo obras do governo federal, do governo de Alagoas e da prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, está sendo investigada a atuação da empreiteira em obras na África, em Portugal e nos Emirados Árabes Unidos.
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